Outro dia, estava eu na calçada a espera duma amiga,
quando um homem se aproximou e pediu-me informações. Um caso como muitos, que
acontecem todos os dias e várias vezes numa vida toda.
De repente, saltou-me à mente aquela cena do meu
presente, na relação com aquele homem como que congelada, como se toda a vida
parasse ou se traduzisse ali.
Tive consciência de que aquele homem não precisava de
nada mais na sua vida a não ser da minha ajuda. Não era necessário dinheiro,
influência, poder. Tudo e a única coisa importante era o que eu poderia fazer
por ele com a minha cooperação, pois, naquele momento, ele era a minha
responsabilidade, ele era o meu compromisso total. E o que eu podia fazer por
ele era a única coisa que a vida esperava de mim.
Naquele segundo, os meus conhecimentos técnicos, os
meus diplomas, as minhas experiências, tudo da minha vida passada e os meus
sonhos de futuro de nada serviriam se eu não pudesse ajudá-lo.
Passou ainda pela minha cabeça que a intenção e a
forma como faria o que deveria ser feito também teriam um grande significado.
Tratá-lo com generosidade e respeito seria o mesmo que acariciar um filho para
fazê-lo sentir-se bem e, se eu assim o fizesse, aquele homem iria percorrer o
seu trajecto de bem consigo mesmo e com a vida, levando alegria para aqueles
que o esperavam.
... A questão é a nossa consciência sobre o quanto
podemos ser úteis a cada segundo de nossas vidas.
Evoluir ou... Morrer!
Franceschi, Omar
Editora Mercuryo, 1999, Pág. 119 e 120
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