domingo, fevereiro 12, 2012

A Doença como Caminho


Achei muito interessante esta analogia descrita no livro de “A doença como caminho”, de Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke, onde nos é apresentado uma nova visão da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem e que nos fala da seguinte comparação: um automóvel possui diversas lâmpadas de controlo no painel, as quais só se acendem quando alguma função importante do carro não está a funcionar como devia. Num caso concreto, quando uma destas luzinhas se acende durante uma viagem, não ficamos nada satisfeitos com o facto. Sentimo-nos obrigados a interromper o nosso passeio por causa deste sinal.
Apesar da nossa inquietação, muito compreensível, seria ridículo ficarmos zangados com a lâmpada: afinal, informa-nos sobre um evento que, de outra forma, talvez nem notássemos, ou então demorássemos a notar, visto que para nós está numa zona "invisível". Assim, entendemos que o facto da lâmpada se acender equivale a um convite para chamarmos um mecânico para que, com a sua intervenção, a luzinha se apague e possamos continuar tranquilamente a nossa viagem.
É claro que ficaríamos muito zangados se o mecânico apagasse a lâmpada usando o simples estratagema de retirá-la. Por certo, a luzinha não se acenderia mais - e isto, de facto, é o que desejávamos, mas o modo como o problema foi resolvido parecer-nos-ia pior do que incompetente. Achamos muito mais sensato tornar desnecessário o aviso da lâmpada, em vez de impedir que ela se acenda. No entanto, para isso, precisamos desviar a nossa atenção do painel para os âmbitos subjacentes, e desta forma descobrir o que afinal deixou de funcionar. A função da lâmpada é agir como um mero indicador, levando-nos a fazer perguntas.
Aquilo que, no exemplo acima, é a lâmpada de controlo, equivale no nosso caso aos sintomas, quer seja físicos ou emocionais. O que constantemente se manifesta no nosso corpo como sintoma é a expressão visível de um processo invisível, o qual deseja interromper o nosso caminho por meio da sua função de sinal de advertência, indicando que alguma coisa não esta em ordem. Isto faz-nos questionar os motivos subjacentes. Também neste caso é ridículo zangar-se com o sintoma, aliás, é de facto absurdo desejar apagá-lo, meramente impedindo-o de se manifestar. O sintoma deve tornar-se supérfluo e não ser impedido de se manifestar. Mas para isso, também neste caso, é preciso desviar o nosso olhar do sintoma e examinar tudo com mais profundidade, e desta forma compreendermos para onde o sintoma está a apontar. Desta forma estaremos a agir de forma responsável, continuando num processo contínuo de modificação de comportamento, rumo à qualidade de vida. Está totalmente nas suas mãos grande parte de toda a sua felicidade.
Bem hajam e atenção aos sintomas

Miguel Ferreira

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