Numa certa ocasião, foi trazido à presença de um honorável
homem sábio um jovem ladrão que tinha sido apanhado no ato de roubar.
Porém, devido à sua pouca idade, não desejavam puni-lo tão
severamente quanto a lei requeria.
O sábio deveria mostrar ao menino o caminho lúgubre e o
trágico final de uma vida de roubo e, dessa maneira, fazê-lo desistir daquela
prática abominável.
Mas o sábio não disse uma palavra sequer a respeito de
roubo. Ele falou carinhosamente com o jovem e conquistou a sua confiança. A
única exigência que fez foi que o rapaz prometesse sempre dizer a verdade.
Pensando que se tinha realmente safado com facilidade, o
garoto imediatamente concordou com isso e foi para casa sentindo-se muito
aliviado.
Porém, durante a noite, pensamentos a respeito de roubo
vieram a ele como nuvens que obscurecem a lua.
Enquanto saía furtivamente por uma porta lateral da casa,
entretanto, foi surpreendido por um pensamento: "Que irei dizer caso
alguém me pare na rua para perguntar o que estou fazer? O que direi amanhã? Se
mantiver a minha promessa de ser veraz, terei de confessar tudo e não poderei
evitar o castigo que mereço."
À medida que o rapaz procurava ser veraz, apesar de todos os
seus hábitos, tornava-se cada vez mais difícil para ele roubar.
O desenvolvimento de sua veracidade criou espaço para a sua
honestidade e correcção.
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