Nos tempos que correm, vivemos muito as
consequências nos novos pais (fins dos anos 80 e anos 90 do século passado) que
após gerações difíceis, e com todas as facilidades económicas dadas na altura,
decidiram dar o melhor aos seus filhos. Nessa altura, todos tinham que ser
“Doutores” e o negócio das faculdades estava de “vento em poupa”, mesmo para
que estudantes medíocres que não tinham notas para o ensino superior.
A propósito disto, há pouco tempo recebi este e-mail
que me tocou pessoalmente e pensei: vale a pena transmitir isto!
“Um
jovem foi candidatar-se a um alto cargo numa grande empresa. Passou na
entrevista inicial e selecionado para a entrevista final, encontrava-se agora
com o diretor. O diretor viu o seu curriculum vitae, era excelente. E
perguntou-lhe:
- Algumas vez Recebeste alguma bolsa de estudo? - o jovem respondeu - Não.
- Foi o seu pai que pagou a sua formação?
- Sim - respondeu ele.
- Onde é que o seu pai trabalha?
- O meu pai faz trabalhos de serralharia.
O diretor pediu
ao jovem para lhe mostrar as suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.
- Já ajudou o seu
pai no seu trabalho?
- Nunca! Os meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros.
Além disso, ele faz esse tipo de tarefas melhor do que eu.
O Diretor lhe
disse:
- Tenho um pedido a fazer-lhe: quando for para casa hoje, lava as mãos do seu
pai. E venha cá amanhã de manhã.
O jovem sentiu
que a sua hipótese de conseguir o trabalho era alta!
Quando voltou
para casa, pediu ao seu pai para o deixar lavar as suas mãos.
O seu pai sentiu-se estranho, feliz, e com uma mistura de sentimentos, mostrou
as mãos ao seu filho. O rapaz lavou as mãos do seu pai lentamente. Foi a
primeira vez que percebeu que as mãos do seu pai estavam enrugadas e tinham
muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que a sua pele se
arrepiou quando o filho lhe tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de
mãos que trabalharam todos os dias para pagar os seus estudos. As contusões nas
mãos eram o preço que o seu pai teve que pagar pela sua educação, atividades
escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos do seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e
limpando a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram bastante tempo.
Na manhã
seguinte, o jovem encontrou-se com o Diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do rapaz quando ele perguntou:
- Pode dizer-me o que fez e aprendeu ontem na sua casa?
O rapaz respondeu:
- Lavei as mãos do meu pai e também terminei de limpar e organizar a sua
oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem os meus pais, eu não
seria quem eu sou hoje...
Depois de ajudar
o meu pai, percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho.
Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.
O diretor
disse:
- É isso mesmo que procuro no meu pessoal. Quero contratar uma pessoa que possa
apreciar a ajuda dos outros, que conheça os sofrimentos dos outros para fazer
as coisas, e que não coloca o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Você
está contratado.”
Aqui fica a
moral: uma criança que tenha sido protegida e habituada a sempre receber o que
quer sem esforço, desenvolve uma mentalidade de "Tenho direito" e coloca-se
sempre em primeiro lugar. Ignora os esforços dos seus pais.
Se somos este tipo de pais protetores, estamos realmente a demonstrar amor ou
estamos a destruir os nossos filhos?
Pode dar ao seu filho uma grande casa, boa comida, educação nas melhores escolas,
tecnologia de topo... Mas quando está a lavar o chão, ou a pintar uma parede, ou
qualquer outra tarefa de casa, por favor, faça-o experimentar também isso.
Depois de comer, que lave os pratos com os seus irmãos e irmãs. Não é porque não
ter dinheiro para contratar alguém que lhe faça isso; é porque quer amar da
maneira certo. Não importa o quão rico é, importa sim entender isto e um dia,
você irá ter os cabelos brancos como a mãe ou o pai deste jovem.
Muitas vezes
oiço em consulta: “Doutor, ele teve tudo! Não entendo como é que isto
acontece!”. Por norma, pergunto: “Tudo! E privações também teve?” Se queremos
que a criança tenho o melhor e tudo, esse tudo, também inclui privações, pois o
mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e ter a
experiência da dificuldades, desenvolvendo a capacidade de trabalhar com os
outros para alcançar as coisas. Um dia com certeza irá perceber que valeu a
pena.
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