A auto-estima é o
valor físico e emocional que dá a si mesmo. Ter auto-estima significa sentir-se
alguém de valor e capaz de enfrentar desafios, perseguir objectivos e
desenvolver soluções. Quanto maior a auto-estima, mais facilidade terá em lidar
com perdas, sofrimentos e desafios. As pessoas dotadas de um nível saudável de
auto-estima também se sentem inseguras ou sem esperança em determinados
momentos, mas vencem facilmente essas fases, a diferença é que recuperam o foco
positivo da vida com maior rapidez. As pessoas com um pequeno nível de
auto-estima receberam muitos estímulos negativos na fase de crescimento. Lamentavelmente
os pais e professores bombardeiam a auto-estima dos jovens de forma directa ou
indirecta: “nunca vais ser nada na vida”, “não prestas mesmo para nada”, “o
filho do vizinho é melhor”, “o teu irmão faz melhor”. Desta forma uma pessoa
adulta não terá um bom nível de auto-estima. Faça o que fizer, nunca se sentirá
boa o suficiente.
Quando somos depreciados,
três necessidades básicas não são sustentadas: ser notado (= ser reconhecido),
ser aceite e ser amado. A satisfação destas necessidades básicas na infância
causa um grande impacto na maneira de ser do adulto e se não forem supridas, passará
a vida a tentar satisfazê-las, fazendo com que os outros lhe dêem atenção e o
ajudem. Quando não obtêm o que deseja, a sua auto-estima será comprometida. É
claro que às vezes não é a forma de dizer dos pais que prejudica a auto-estima,
mas a maneira como interpretamos os factos da vida, ou seja, mesmo que sempre tenha
ouvido: “filho, és óptimo”, “tu consegues”, “o és capaz”, quando for para a
escola e se der mal nos estudos, irá sentir-se um fracassado, sem competência, talvez
até um “burro”. A pessoa com baixa auto-estima não consegue ver as suas
qualidades e as suas potencialidades, sendo por isso pouco criativa, insegura,
dependente dos outros, com pouca iniciativa, e em piores casos poderão surgir
medos injustificados, timidez excessiva e complexos de inferioridade. Noutros casos,
poderá tornar-se uma pessoa perfeccionista, obsessiva, tensa, porque não aceita
fazer as coisas se não for com perfeição, necessitando de compensar o que ouviu
ou percebeu na infância: “você nunca faz nada bem!”
Não existe nenhuma fórmula milagrosa para desenvolver a auto-estima, mas ficam aqui uma série de recomendações que se aplicadas em conjunto, poderão ajudá-lo a vencer o derrotismo.
Não existe nenhuma fórmula milagrosa para desenvolver a auto-estima, mas ficam aqui uma série de recomendações que se aplicadas em conjunto, poderão ajudá-lo a vencer o derrotismo.
Sugestões, para
desenvolver a auto-estima:
· Não se auto-castigar
quando ouvir coisas negativas ao seu respeito.
· Saber administrar os altos (elogios) e baixos (críticas) sem entrar em
depressão.
· Saber gostar de si e apreciar a vida, mesmo que receba críticas fortes.
· Evitar crenças do tipo: “por mais que me esforce nunca serei tão bom”, “toda
felicidade dura pouco”, “ não vale a pena esforçar-me, haverá sempre alguém
melhor que eu”.
· Estabelecer metas de vida no campo da auto-estima para
melhorar a qualidade do relacionamento consigo mesmo e com os outros. Procure ajuda
em livros, cursos, palestras e terapias.
· Procure conhecer-se
melhor: analise porque é que a sua auto-estima anda tão baixa; procure
identificar objectivamente onde estão as causas específicas dos seus problemas,
depois tente trabalhar sobre as mesmas. Descobrir as causas é meio caminho para
as soluções. O auto-conhecimento e a ajuda da psicologia poderão ajudá-lo a identificar
duas pessoas em si: a que você imagina ser e a que você é de facto mas está
fraco para assumir.
· Procure substituir sentimentos de inferioridade por ideias
positivas, isto porque, imagens negativas e ideias de auto-depreciação ficaram
registradas no seu inconsciente. Assim, necessita de estimular ideias
construtivas ao seu próprio respeito. Quando surgirem os pensamentos negativos,
procure lembrar-se de factos positivos da sua vida, isto aumentará a sua
auto-estima.
· Vença o círculo vicioso do fracasso:
1º.) A sua auto-imagem e
estima estão afectadas (“Sou um fracasso”);
2º.) Acontecimentos indesejáveis
ocorrem na vida: (não ser reconhecido, perder o emprego, etc: );
3º.) Tais
acontecimentos reforçam a ideia de que é “um fracassado”;
4º.) Surge o medo de
fracassar;
5º.) Fracassa de tanto pensar nisto;
6º.) A sua auto-imagem e auto-estima
ficaram mais prejudicadas, reiniciando o ciclo.
· Procure lidar
adequadamente com a auto-aceitação (reconhecer defeitos), auto-valorização
(acreditar que é importante), auto-percepção (identificar as emoções
prejudiciais), auto-estímulo (reforçar-se com carinho, recompensas), auto-direcionamento
(traçar rumos) e auto-determinação (querer chegar lá).
Bem hajam e bom
trabalho.
Miguel Ferreira
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