Segue, uma simples experiência que explica o modelo da PNL, de como funciona a sua neurologia (ou para usar um termo menos formal, o seu "cérebro").
Pense em um limão fresco. Imagine-o agora à sua frente, e sinta como é pegá-lo na sua mão. Pegue numa faca e corte uma fatia e ouça o leve som do suco a escorrer. Cheire o limão, enquanto leva a fatia até a sua boca e dê-lhe uma mordida. Sinta o gosto ácido da fruta. Se na realidade se imaginou a fazer, a sua boca está agora a salivar. Porque? Porque o seu cérebro seguiu as suas instruções e pensou, viu, ouviu, sentiu, cheirou e provou o limão. O seu cérebro "tratou" o limão imaginário como se fosse real, e preparou a saliva para digeri-lo.
Ouvir, olhar, sentir, cheirar e provar são as "linguagens" naturais da sua neurologia. Quando usa estas linguagens, a sua neurologia considera o que está a pensar como "real".
No passado, pensava-se que aprender era apenas uma questão de "pensar" sobre o assunto, de usar palavras. Na realidade quando aprendemos, usamos os 5 sentidos básicos, assim como a 6a. linguagem do cérebro - as palavras. Em PNL os seis tipos de linguagens do cérebro chamam-se:
VISUAL (ver as imagens)
CINESTÉSICA (K) (sentir as emoções do corpo)
AUDITIVA (ouvir os sons)
OLFATIVA (cheirar fragrâncias)
GUSTATIVA (provar os gostos)
AUDITIVA-DIGITAL (pensar em palavras ou conceitos)
Alguns estudantes usam muito o pensar em palavras (auditivo-digitais). Eles querem saber a "informação" que lhes está a dar. Mas para outros estudantes, poderem "ver a imagem" do que lhes está a mostrar (visual) é mais importante. Outros quererão "sintonizar com os temas principais" contidos nas suas palavras (auditivos) ou "agarrar-se com a lição" e "trabalhar vivenciando os exemplos" (cinestésico). Se ouvir as palavras que os estudantes usam, na realidade lhe indicarão quais são os seus sistemas sensoriais favoritos para representar a sua aprendizagem (chamado em PNL de Sistema de Representação de Preferência). Os Professores eficazes aprendem "a falar em cada um dos sistemas de representação" (Bolstad et alia, 1992 p.72).
A PNL dá-lhe inúmeras formas para alcançar os estudantes que tem na sala de aula. Se alguns dos seus alunos parecem não aprender, poderá não estar a ensinar no sentido em que eles pensam. Por exemplo, para atingir os visuais poderá escrever as palavras na parte superior do quadro e desenhar mais diagramas. Para atingir os auditivos, pode escolher mais discussões e usar música. Cinestésicos gostam de se movimentar (provavelmente já os notou) e eles gostarão de serem aproveitados em actividades como dramatizações.
Pode ajustar a sua linguagem para combinar com cada um dos sentidos principais (se não percebe isso, pode estar a perder a uma excelente oportunidade de se sintonizar com alguns dos seus alunos mais "desafiantes"). Quando usa todos os três sentidos mais importantes na sua sala de aula, os cérebros dos seus alunos serão mais profundamente activados. Eles ficarão sedentos dos seus ensinamentos, tal e qual a sua boca a salivar por aquele limão.
1 comentário:
Muito bem, Miguel. Subscrevo inteiramente.
Enviar um comentário