Âncoras são estímulos que disparam respostas ou aprendizagens pré-programados na nossa mente.
A resposta gerada pode ser um comportamento ou resposta emocional que vem sempre acompanhada da devida representação interna e fisiologia congruente.
Âncoras são aprendizagens e a maior parte delas actua de forma inconsciente, é possível utilizá-las também na linguagem ou interacção com as outras pessoas.
Existem âncoras visuais, auditivas e cinestésicas.
O modelo de utilização de âncoras em PNL foi criado inicialmente por Richard Bandler quando modelava as estratégias de Milton Erickson, percebendo que este utilizava “gatilhos” na sua linguagem hipnótica, associando estados internos a eventos existentes nos ambientes em que os seus clientes viviam.
Se no seu passado, viveu um momento especial com uma pessoa significativa, como uma namorada ou namorado, e nesse momento ouviam uma determinada música é muito provável que aquele estado interno tenha ficado “ancorado” àquela música.
Desta forma, ao ouvir novamente essa mesma música poderá viver aquela mesma experiência de forma subjectiva, mesmo que não se lembre conscientemente do evento original. Neste caso a música funciona como uma âncora que dispara aquele estado interno associado àquela experiência.
Algumas âncoras podem ficar activas durante anos ou até mesmo décadas.
Os cheiros também são âncoras poderosas, lembra-se quando era criança, do cheiro da sua lancheira? Ao lembrar-se desse cheiro, quais sensações ou sentimentos isso lhe traz?
Se der uma olhadela em alguns dos seus álbuns de fotografias antigas irá perceber como funcionam as âncoras visuais, ao olhar para as fotos a sua mente automaticamente fará uma viagem ao passado e poderá reviver sentimentos e sensações associadas aqueles eventos.
No entanto existem também âncoras limitadoras, e muitas vezes podem actuar sem que tenhamos consciência do que está a ocorrer.
Vamos imaginar um exemplo hipotético em que uma criança quando fazia algo “errado” recebia um castigo do pai, nesse caso, antes de aplicar o castigo o pai chamava o filho batendo com a mão ao de leve no seu ombro e dizia: “vamos conversar”.
Este garoto ao tornar-se adulto passa a não gostar ou a sentir-se mal cada vez que alguém bate ao de leve com a mão no seu ombro. É claro que ele não se lembra conscientemente, porém na sua mente está registado que aquele estímulo significa “lá vem o castigo” e desta forma o seu corpo reage negativamente mesmo que ele conscientemente saiba que está noutro contexto.
Como este comportamento poderá ser muito comum na nossa cultura, haverá muitas situações em que este homem se sentirá limitado.
As boas notícias, são que as âncoras podem ser reprogramadas, pois os nossos cérebros, não importando a idade, estão sempre preparados para novas aprendizagem.
A partir de agora, comece a prestar mais atenção as suas mudanças de estado interno, se num momento está bem humorado e de bem disposto e de repente muda de estado, ficando zangado ou num estado limitador é muito provável que uma âncora limitadora tenha sido disparada. O que terá acontecido na sua Realidade Objectiva para mudar de estado dessa forma?
Criação de uma âncora de recursos:
» Sente-se confortavelmente e identifique qual o recurso que deseja ancorar (recursos estão no Nível Neurológico das Habilidades e Capacidades), exemplos são: calma, tranquilidade, paciência, concentração, etc.)
» Lembre-se dum momento na sua vida em que teve esse recurso disponível.
» Feche os olhos e vivencie na sua mente esse momento, vendo o que vê, ouvindo o que ouve e sentindo o que sente, nomeadamente no seu corpo.
» No “pico” do estado, toque ao de leve numa parte de seu corpo com a ponta dos dedos.
» Pronto, a âncora está criada, quando precisar de utilizar este recurso basta tocar novamente naquela parte do seu corpo da mesma forma.
» Poderá colocar quantos recursos desejar na mesma âncora.
2 comentários:
Obrigado pela achega Miguel, Vou "usar" este teu texto magnífico sobre as ancoras. De qualquer maneira espero que o mesmo não seja um "reparo" qualquer a qualquer asneira que eu tenha dito a propósito no workshop.
Abrsços
Gostei de ler. Muito claro, este texto.
Grata.
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