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domingo, abril 29, 2012
quinta-feira, abril 26, 2012
O ciclo
"No
ventre de uma mulher grávida, dois bebés falavam:
- Acreditas na vida
pós-parto?
- Claro. Tem que haver alguma coisa. Se calhar estamos aqui a
preparar-nos para o que vamos ser.
...
- Disparate! Não há vida depois do
parto. Como é que seria verdadeiramente essa vida?
- Não sei, mas com certeza
deve haver mais luz que aqui. Talvez até consigas andar com os próprios pés e
comer com a própri...a boca.
- Isso é absurdo! Andar é impossível! E comer
com a boca!? Completamente ridículo! O cordão umbilical é que nos alimenta. Só
te digo isto: A vida após o parto não é possível. O cordão umbilical é muito
curto!
- Eu cá tenho a certeza que há alguma coisa. Com certeza apenas
diferente daquilo a que estamos habituados aqui.
- Mas nunca ninguém voltou
de lá para contar... o parto é o final e mais nada! Angústia prolongada na
escuridão.
- Bom, não sei como é que vai ser depois do parto, mas tenho a
certeza que a Mãe vai tratar de nós.
- Mãe? Acreditas nisso!? E onde é que
ela supostamente está?!
- Onde? Em tudo à nossa volta! Vivemos nela e através
dela. Sem ela nada existiria.
- Eu não acredito nisso! Nunca vi Mãe nenhuma
porque simplesmente não existe.
- Então, mas quando estamos em silêncio não a
consegues ouvir cantar e falar? E não a sentes a afagar o nosso mundo? Sabes, eu
acho mesmo que nos espera a vida real e que esta é só uma prepararação para
ela...
- Esquece! Isso são aquelas tretas da fé.
quinta-feira, abril 19, 2012
Como Trabalhar em Equipa
Ao
longo destes anos tive o privilégio de trabalhar com equipas formidáveis, e
todos eles agradeço a aprendizagem que tem sido constante. Bem sabemos que o
mercado de trabalho está cada vez mais competitivo,
isto é, se não tiver conhecimento sempre haverá uma pessoa acima de si. Por
isso é muito importante estar sempre atualizado e em formação permanente. Nos tempos atuais é difícil é
arranjar um novo emprego, e por vezes ainda mais difícil é mantê-lo, no entanto
uma oportunidade jamais poderá ser desperdiçada mas sim aproveitá-la ao máximo
para estar sempre em progressão, quer seja individualmente, quer em equipa ou
empresa. Para que seja um funcionário exemplar, especialmente no trabalho em
equipa deixo aqui algumas das principais dicas de
como trabalhar em grupo e não prejudicar o próximo e a si mesmo e ainda assim
destacar-se, pois grande parte do ano será passado nesse contexto com outras
pessoas.
1 – Paciência: Um dos principais obstáculos para se trabalhar em grupo
é conciliar as opiniões diversas, por isso nesse momento o que deve
falar mais alto é a devida paciência. A melhor forma de resolver esse problema
e saber expor a opinião tendo noção que alguém pode considerar ou não gostar,
procurando chegar a um acordo, sabendo ouvir o que outros tem a dizer
sobre determinado assunto
mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.
2 – Seja compreensivo: O orgulho pode prejudicar por não deixar a pessoa
admitir que está errado, ou até aceitar novas ideias. Porém esse orgulho pode
levar o profissional a grandes problemas dentro da empresa. O correto é que
esteja sempre aberto a novos projetos e aceitar o que o próximo sugere, porque toda
a equipa pode beneficiar com
um todo.
3 – Nada de críticas: Com a convivência diária realmente é muito
difícil não acontecer algum tipo de conflito entre o grupo. Portanto esse
problema não se pode tornar pessoal e deixar afetar o trabalho em
equipa. Pense muito bem no que vai dizer ao seu colega, e jamais critique na
sua identidade pessoal, falando de maneira construtiva sobre as ideias do mesmo
para que possa melhorar o serviço e o trabalho de todos no grupo\empresa.
Quando surgirem conflitos entre os colegas de grupo, é de vital importância não
deixar que isso interfira no trabalho em equipa. Avalie as colocações do
colega, com isenção total sobre suas impressões de carácter. Pode criticar (de
forma construtiva) as ideias, nunca a pessoa, pois dessa forma o outro poderá
sentir-se atacado, e ai defende-se.
4 –
Dividir: Algumas pessoas pensam que ao fazer tudo sozinhas estarão mais afrente
do que os seus outros colegas. Isto é mito, porque no caso de algum problema
toda a responsabilidade fica por sua conta, ficando ainda mais difícil de
resolver. Aproveite ao máximo a força e energia da equipe, dividindo as tarefas
com todos, pois delegar, compartilhar responsabilidades e informação é
fundamental.
5 –
Disposição: Jamais se esqueça das suas obrigações, deixando-as por conta dos “amigos
de trabalho”. Saiba separar a divisão de tarefas e deixar de trabalhar, a
diferença é grande, significativa e pode-o prejudicar. De qualquer forma,
colabore sempre mostrando disposição.
6 –
Solidariedade e participação: Esteja sempre à disposição para ajudar o seu
colega e dar sempre o melhor de si. Quando precisar não se sinta constrangido
para pedir ajuda a alguém da equipa. Esteja disponível, seja flexível e saiba
como pedir um favor educadamente.
7 – Comunicação e dialogo: Nunca
deixe acumular um problema, pois mais a frente poderá ser ainda
maior. Converse sobre e tente encontrar com o grupo a melhor solução para que
ninguém saia prejudicado.
8 – Planeamento:
Quando se tem um planeamento, tudo se torna muito mais fácil, e dessa forma
cada um terá uma tarefa, uma meta a ser alcançada e um prazo a ser concluído.
Assim ninguém fica perdido e tudo se torna mais organizado.
Acredito
que ao seguir estas dicas o seu cotidiano na equipa, empresa ou até mesmo na
família, tudo será muito mais agradável e as hipóteses de progresso serão muito
maiores, pois o serviço e a dinâmica grupal fluirão como deve ser. O mais
importante e ter dialogo com os seus colegas/ familiares, ter respeito e ser
sempre educado.
Bem hajam e bom trabalho.
Miguel Ferreira
Você é desarrumado ou perfeito?
Esta história pertence ao livro Steps to an
Ecology of Mind, de Gregory Bateson, trata-se da transcrição duma conversa que
este tivera com a filha:
Um dia, a filha perguntou-lhe: pai, porque é
que as coisas ficam desarrumadas com tanta facilidade?
- O que está a querer dizer com
"desarrumadas"? - perguntou ele.
- Bem, sabe como é quando as coisas não são
perfeitas. Olhe para a minha escrivaninha agora. Está cheia de coisas.
Desarrumada. E ontem à noite esforcei-me ao máximo para deixar tudo perfeito, mas
as coisas não permanecem perfeitas. Ficam desarrumadas com a grande facilidade!
Bateson pediu à filha:
- Mostre-me como é quando as coisas estão
perfeitas.
Ela arrumou tudo na devida ordem, e disse:
Aí está, assim é perfeito. Mas não continuará
assim.
E se eu deslocar esta caixa de tintas para aqui,
cerca de um palmo? O que acontece?
- Ora, pai, agora ficou desarrumado. Além do
mais, teria de estar direitinha, e não torta, como a deixou.
- E se eu mudasse este lápis para cá?
- Está desarrumado outra vez.
- E se deixasse este livro aberto?
- Também fica desarrumado!
Bateson declarou então para a sua filha:
- Querida, não é que as coisas fiquem
desarrumadas com grande facilidade. O que acontece apenas que tens mais meios
para desarrumar as coisas, e só tem um meio para deixar tudo perfeito.
A maioria das pessoas cria numerosos meios
para se sentir mal, e apenas uns poucos meios para se sentir realmente bem.
Bem
hajam e boas arrumações.
Miguel Ferreira
domingo, abril 01, 2012
NASCIMENTO DA EXCELÊNCIA: A CRENÇA
"O
homem é o que ele acredita."
Anton Tchecóv
No
seu maravilhoso livro, Anatomy of an Illness, Norman Cousins conta uma
instrutiva história sobre Pablo Casals, um dos maiores músicos do século vinte.
É uma história de crença e renovação, e que todos nós podemos aprender com ela.
Cousins
descreve o encontro com Casals, um pouco antes do nonagésimo aniversário do grande
violoncelista. Diz ele que era doloroso olhar o velho homem quando começava o
seu dia. A sua fragilidade e artrite eram tão debilitadoras que precisava de
ajuda para se vestir. O Seu enfisema era evidente na difícil respiração,
andando com um arrastar de pés, curvado, cabeça inclinada para a frente. As
suas mãos eram inchadas, os seus dedos apertados. Parecia um homem muito velho,
velho e cansado.
Antes
mesmo de comer, foi até o piano, um dos vários instrumentos em que Casals se
tornara perito. Com grande habilidade, ajustou-se na banqueta. Parecia para ele
um terrível esforço levar os seus dedos inchados e cerrados até o teclado.
E,
então, algo de muito milagroso ocorreu. De repente, Casals transformou-se
completamente ante os olhos de Cousins. Entrou num estado cheio de recursos e,
conforme o fez, a sua fisiologia mudou a tal ponto que começou a mover-se, e a
tocar, produzindo no seu corpo e no piano resultados que só teriam sido
possíveis num pianista saudável, forte e flexível. Como Cousins descreveu, os
seus dedos abriram-se lentamente e acharam as teclas como os brotos de uma
planta em direcção à luz do sol e ai as suas costas endireitaram-se.
Parecia
respirar com mais facilidade". O simples pensamento de tocar piano mudava
todo o seu estado, e assim a eficiência do seu corpo. Casals começou com uma
peça do Cravo Bem Temperado, de Bach, com grande sensibilidade e controle.
Atirou-se, então, ao concerto de Brahms, e os seus dedos pareciam correr sobre
o teclado. "O seu corpo inteiro parecia fundido com a música",
escreveu Cousins.
"Deixava
de estar rijo e encolhido, ficando mais ágil, gracioso e completamente livre
das suas torceduras artríticas." Quando se afastou do piano, parecia uma
pessoa bem diferente da que se sentara para tocar.
Levantou-se
erecto e mais alto e andou sem sinal de arrastar os pés.
Logo
se dirigiu para a mesa do café, comeu com satisfação, e então saiu para dar um
passeio pela praia.
Pensamos
sempre em crenças no sentido de credos ou doutrinas e muitas crenças são isso
mesmo. Contudo, no sentido básico, uma
crença é qualquer princípio orientador, máxima, fé ou paixão que pode
proporcionar significado e direcção na vida. Estímulos ilimitados estão
disponíveis para nós. Crenças são os filtros pré-arranjados e organizados para
as nossas percepções do mundo. São como comandos do cérebro. Quando acreditamos
com convicção que alguma coisa é verdade, é como se mandássemos um comando para
o nosso cérebro, de como representar o que está a ocorrer.
Casals
acreditava na música e na arte. Foi o que deu beleza, ordem e nobreza à sua
vida, e é o que poderia ainda proporcionar-lhe milagres diários. Por acreditar
no poder transcendente da sua arte, ele estava fortalecido de uma forma que
quase desafiava o entendimento. As suas crenças transformavam-no, diariamente,
de um velho homem cansado num génio de vida. No sentido mais profundo, as suas
crenças mantinham-no vivo.
Certa
vez, John Stuart Mill escreveu: "Uma pessoa com uma crença é igual à força
de noventa e nove que só têm interesses".
É por isso que as crenças abrem a porta
para a excelência. A crença envia um comando directo para o seu sistema
nervoso. Quando acredita que alguma coisa é verdade, você entra mesmo no estado
de que aquilo deve ser verdade.
Tratadas
desta maneira, as crenças podem ser as mais poderosas forças para criar o bem
na sua vida.
Por outro lado, as crenças que limitam
as suas acções e pensamentos podem ser tão devastadoras como as crenças cheias
de recursos podem ser fortalecedoras. Através da história, as
religiões têm fortalecido milhões de pessoas dando-lhes força para fazerem
coisas que pensavam que não podiam. As crenças ajudam-nos a liberar os mais
ricos recursos que estão bem dentro de nós, criando-os e dirigindo-os para
apoiarem os nossos resultados desejados.
As crenças
são os compassos e os mapas que nos guiam na direcção das nossas metas e nos
dão a certeza de saber que lá chegaremos. Sem crenças ou a capacidade de entrar
nelas, as pessoas podem ser totalmente enfraquecidas. São como um barco a motor
sem o motor ou leme. Com crenças orientadoras fortes, você tem o poder de tomar
medidas e criar o mundo no qual quer viver. As crenças ajudam-no a ver o que
quer e energizam-no para obtê-lo.
De
facto, não há força directora mais poderosa no comportamento humano do que a
crença. Em essência, a história humana é a história da crença humana.
As
pessoas que mudaram a história - Cristo, Maomé, Copérnico, Colombo, Edison ou
Einstein - foram as que mudaram as nossas crenças.
Para mudar os nossos próprios
comportamentos temos de começar a alterar as nossas próprias crenças. Se
quisermos modelar excelência, precisamos aprender a modelar as crenças daqueles
que alcançaram excelência.
Escolha as
crenças em que quer acreditar e realize de forma mais fácil os seus objectivos.
Bem hajam.
Miguel
Ferreira
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