terça-feira, abril 26, 2016

Balões

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa festa.
Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Havia ali perto um menino negro. Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista. O menino, de olhar atento, seguia a cada um. Ficava imaginando mil coisas...
Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto. 
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou: 
- Se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto como os outros? 
O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, rebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse: 
- Não é a cor,  miúdo, é o que está dentro dele que o faz subir. 

segunda-feira, abril 11, 2016

O ladrão veraz

Numa certa ocasião, foi trazido à presença de um honorável homem sábio um jovem ladrão que tinha sido apanhado no ato de roubar.
Porém, devido à sua pouca idade, não desejavam puni-lo tão severamente quanto a lei requeria.
O sábio deveria mostrar ao menino o caminho lúgubre e o trágico final de uma vida de roubo e, dessa maneira, fazê-lo desistir daquela prática abominável.
Mas o sábio não disse uma palavra sequer a respeito de roubo. Ele falou carinhosamente com o jovem e conquistou a sua confiança. A única exigência que fez foi que o rapaz prometesse sempre dizer a verdade.
Pensando que se tinha realmente safado com facilidade, o garoto imediatamente concordou com isso e foi para casa sentindo-se muito aliviado.
Porém, durante a noite, pensamentos a respeito de roubo vieram a ele como nuvens que obscurecem a lua.
Enquanto saía furtivamente por uma porta lateral da casa, entretanto, foi surpreendido por um pensamento: "Que irei dizer caso alguém me pare na rua para perguntar o que estou fazer? O que direi amanhã? Se mantiver a minha promessa de ser veraz, terei de confessar tudo e não poderei evitar o castigo que mereço."
À medida que o rapaz procurava ser veraz, apesar de todos os seus hábitos, tornava-se cada vez mais difícil para ele roubar.
O desenvolvimento de sua veracidade criou espaço para a sua honestidade e correcção.