domingo, maio 20, 2012

Ansiedade e Insegurança

As pessoas inseguras geralmente possuem uma visão idealizada do que é ser autoconfiante. Muitas imaginam que as pessoas confiantes não têm medo de nada e estão dispostas a enfrentar tudo com o peito e a coragem, e jamais sentem a mínima insegurança. Essa idealização torna o autoconceito da pessoa insegura ainda mais crítico, pois ao comparar-se a essa noção duma pessoa superconfiante, sente-se ainda mais insegura e inadequada. Esta idealização, contudo, é extremamente ilusória. A autoconfiança completa é um mito e, quando real, caracteriza um quadro de arrogância ou mesmo de distúrbio mental – o “louco” pode ter uma autoconfiança extrema pelo simples facto de que não tem noção da realidade! Qualquer pessoa “normal” sente insegurança, em diversos níveis e em diversas situações na vida. A diferença essencial é que a pessoa que costuma ser mais autoconfiante do que insegura pode até ter receios e duvidar da própria capacidade ou competência, mas tende a ser mais optimista e, no geral, não faz grande caso disso. A pessoa que costuma ser mais insegura, por outro lado, faz grande caso de pequenas coisas e detalhes, como se a sua vida dependesse de resultados que são, na realidade, insignificantes ou pelo menos não tão importantes para justificar o stresse. Toda esta preocupação gera ansiedade. A ansiedade é o exagero emocional gerado pela percepção incorreta do que está a ser enfrentado, ou seja, a pessoa faz uma grande tempestade num copo d’água, dando um peso demasiado grande para eventos que não deveriam ser valorizados dessa forma. Um dos exemplos mais comuns é o medo de falar em público. Várias pesquisas comprovaram que as pessoas têm mais medo de falar em público do que da própria morte! Contudo falar em público não mata, nem nos tira nenhum pedaço. A ansiedade gerada por este tipo de situação, no entanto, mostra quão valorizada é a ideia de se expor publicamente. Esta valorização extrema faz com que a pessoa acredite que precisa de ter um desempenho perfeito e é esta cobrança excessiva que gera a ansiedade neste caso. A pessoa autoconfiante, pelo contrário, não dá muito valor para o facto de se estar a expor em público e, apesar de poder passar por momentos de insegurança ou receios com relação à própria performance, é o peso que se dá à situação que define quão ansiosa se irá sentir. Ao não atribuir um valor muito grande, a pessoa sente-se mais tranquila e esta postura confere-lhe maior segurança ao passar pela experiência. A insegurança e a ansiedade acabam por andar juntas e uma reforça a outra. Quanto maior for a “tempestade” feita com a ideia de passar por uma determinada situação, maior a ansiedade e, consequentemente, maior o nível de insegurança. Neste caso, a baixa auto-estima o pessimismo e a desconfiança quanto à própria capacidade, são as características que nutrem a insegurança, que por sua vez, alimentam ainda mais a ansiedade. A ansiedade, em primeiro lugar, é uma questão de “opinião”. O que pensa sobre um determinado assunto define como irá sentir em relação a ele. Quanto mais dramatiza negativamente, ou seja, quanto mais valor dá a uma situação, mais ansiedade irá sentir. É muito importante não encarar aqui esta ansiedade como uma desordem emocional avançada ou uma doença (pois, não nos estamos a referir a casos clínicos, como o síndrome do pânico ou distúrbio bipolar, mas, sim, a ansiedade comum). A ansiedade não pode ser comparada a uma gripe que se “apanha” de repente, uma vez que se desenvolve na mente e depende dos seus conceitos e das suas opiniões para se fortalecer ou enfraquecer na vida. Assim, também a insegurança segue o mesmo caminho. O pessimismo, a baixa auto-estima e a dúvida quanto à sua própria capacidade são coisas que nascem no nível das ideias e, assim como a ansiedade, não é uma doença que “se apanha” acidentalmente e, portanto, deve ser solucionada ao mesmo nível em que é criada. As soluções mais práticas e eficazes para a ansiedade e insegurança são revisar os próprios conceitos pessoais que geram o medo causador das sensações de inadequação e desconfiança e expor-se o máximo possível, forçando-se a passar por experiências – quanto mais, melhor, até que se gerem novas convicções sobre um mesmo desafio. Grande parte da ansiedade e insegurança está ligada à falta de experiência. As pessoas que superaram o medo de falar em público referem sempre que o segredo é simplesmente expor-se o máximo possível e aproveitar toda e qualquer oportunidade para falar até que a se perceba, através da experiência pessoal, que não há nada de mais em expor-se frente a uma plateia – ou seja, a aprendizagem ocorre justamente quando o valor excessivo é retirado da situação. A pessoa que tem medo de falar em público e, com isso, desencadeia ansiedade e insegurança acha que isso é uma “grande coisa” e começa a formar um filme negativo enorme dentro da sua cabeça; ao passo que a pessoa que vai passando por esse tipo de experiências começa a reduzir o valor dado a essa actividade e começa a percebê-la como uma coisa normal, rotineira – logo, não alimenta toda a preocupação ansiosa ou de dúvidas em relação à sua própria capacidade. Ou seja, quando a experiência se torna comum, ai é desmascarada e essa ilusão cai por terra, tornando-se ridículo todo o medo anterior. É como acender a luz num quarto escuro, quando se consegue ver todos os detalhes da realidade, de repente deixa de parece tão assustadora! Despojar-se desta forma e predispor-se a passar por experiências com o objectivo de extinguir a insegurança e a ansiedade geradas pela ideia de passar por elas acaba por ter um efeito glorioso, começando a não necessitar de repetir o mesmo processo com tudo o que anteriormente gerava ansiedade e insegurança. Desta forma aprende e torna-se um “craque” a dominar as suas emoções sempre que surge uma nova situação. Aprendemos muito por generalizações, e até pode não ter muita experiência com uma determinada situação específica, mas tem a experiência de enfrentar os seus fantasmas e isso começa a dar-lhe um forte senso de autoconfiança. Mesmo sendo realista e tendo a noção de que poderá não ser o melhor ou que até pode cometer algum deslize, a ansiedade já lá não está. Desta forma e através deste tipo de atitude – enfrentando os seus receios, você será capaz de dar “conta do recado” sem se alterar emocionalmente – isto é a verdadeira autoconfiança! 

Força e bons desafios. Miguel Ferreira

quinta-feira, abril 26, 2012

O ciclo

"No ventre de uma mulher grávida, dois bebés falavam:

- Acreditas na vida pós-parto?
- Claro. Tem que haver alguma coisa. Se calhar estamos aqui a preparar-nos para o que vamos ser.
...
- Disparate! Não há vida depois do parto. Como é que seria verdadeiramente essa vida?
- Não sei, mas com certeza deve haver mais luz que aqui. Talvez até consigas andar com os próprios pés e comer com a própri...a boca.
- Isso é absurdo! Andar é impossível! E comer com a boca!? Completamente ridículo! O cordão umbilical é que nos alimenta. Só te digo isto: A vida após o parto não é possível. O cordão umbilical é muito curto!
- Eu cá tenho a certeza que há alguma coisa. Com certeza apenas diferente daquilo a que estamos habituados aqui.
- Mas nunca ninguém voltou de lá para contar... o parto é o final e mais nada! Angústia prolongada na escuridão.
- Bom, não sei como é que vai ser depois do parto, mas tenho a certeza que a Mãe vai tratar de nós.
- Mãe? Acreditas nisso!? E onde é que ela supostamente está?!
- Onde? Em tudo à nossa volta! Vivemos nela e através dela. Sem ela nada existiria.
- Eu não acredito nisso! Nunca vi Mãe nenhuma porque simplesmente não existe.
- Então, mas quando estamos em silêncio não a consegues ouvir cantar e falar? E não a sentes a afagar o nosso mundo? Sabes, eu acho mesmo que nos espera a vida real e que esta é só uma prepararação para ela...
- Esquece! Isso são aquelas tretas da fé.

quinta-feira, abril 19, 2012

Como Trabalhar em Equipa




Ao longo destes anos tive o privilégio de trabalhar com equipas formidáveis, e todos eles agradeço a aprendizagem que tem sido constante. Bem sabemos que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, isto é, se não tiver conhecimento sempre haverá uma pessoa acima de si. Por isso é muito importante estar sempre atualizado e em formação permanente. Nos tempos atuais é difícil é arranjar um novo emprego, e por vezes ainda mais difícil é mantê-lo, no entanto uma oportunidade jamais poderá ser desperdiçada mas sim aproveitá-la ao máximo para estar sempre em progressão, quer seja individualmente, quer em equipa ou empresa. Para que seja um funcionário exemplar, especialmente no trabalho em equipa deixo aqui algumas das principais dicas de como trabalhar em grupo e não prejudicar o próximo e a si mesmo e ainda assim destacar-se, pois grande parte do ano será passado nesse contexto com outras pessoas.
1 – Paciência: Um dos principais obstáculos para se trabalhar em grupo é conciliar as opiniões diversas, por isso nesse momento o que deve falar mais alto é a devida paciência. A melhor forma de resolver esse problema e saber expor a opinião tendo noção que alguém pode considerar ou não gostar, procurando chegar a um acordo, sabendo ouvir o que outros tem a dizer sobre determinado assunto mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

2 – Seja compreensivo: O orgulho pode prejudicar por não deixar a pessoa admitir que está errado, ou até aceitar novas ideias. Porém esse orgulho pode levar o profissional a grandes problemas dentro da empresa. O correto é que esteja sempre aberto a novos projetos e aceitar o que o próximo sugere, porque toda a equipa pode beneficiar com um todo.

3 – Nada de críticas: Com a convivência diária realmente é muito difícil não acontecer algum tipo de conflito entre o grupo. Portanto esse problema não se pode tornar pessoal e deixar afetar o trabalho em equipa. Pense muito bem no que vai dizer ao seu colega, e jamais critique na sua identidade pessoal, falando de maneira construtiva sobre as ideias do mesmo para que possa melhorar o serviço e o trabalho de todos no grupo\empresa. Quando surgirem conflitos entre os colegas de grupo, é de vital importância não deixar que isso interfira no trabalho em equipa. Avalie as colocações do colega, com isenção total sobre suas impressões de carácter. Pode criticar (de forma construtiva) as ideias, nunca a pessoa, pois dessa forma o outro poderá sentir-se atacado, e ai defende-se.

4 – Dividir: Algumas pessoas pensam que ao fazer tudo sozinhas estarão mais afrente do que os seus outros colegas. Isto é mito, porque no caso de algum problema toda a responsabilidade fica por sua conta, ficando ainda mais difícil de resolver. Aproveite ao máximo a força e energia da equipe, dividindo as tarefas com todos, pois delegar, compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
5 – Disposição: Jamais se esqueça das suas obrigações, deixando-as por conta dos “amigos de trabalho”. Saiba separar a divisão de tarefas e deixar de trabalhar, a diferença é grande, significativa e pode-o prejudicar. De qualquer forma, colabore sempre mostrando disposição.
6 – Solidariedade e participação: Esteja sempre à disposição para ajudar o seu colega e dar sempre o melhor de si. Quando precisar não se sinta constrangido para pedir ajuda a alguém da equipa. Esteja disponível, seja flexível e saiba como pedir um favor educadamente.
7 – Comunicação e dialogo: Nunca deixe acumular um problema, pois mais a frente poderá ser ainda maior. Converse sobre e tente encontrar com o grupo a melhor solução para que ninguém saia prejudicado.

8 – Planeamento: Quando se tem um planeamento, tudo se torna muito mais fácil, e dessa forma cada um terá uma tarefa, uma meta a ser alcançada e um prazo a ser concluído. Assim ninguém fica perdido e tudo se torna mais organizado.
Acredito que ao seguir estas dicas o seu cotidiano na equipa, empresa ou até mesmo na família, tudo será muito mais agradável e as hipóteses de progresso serão muito maiores, pois o serviço e a dinâmica grupal fluirão como deve ser. O mais importante e ter dialogo com os seus colegas/ familiares, ter respeito e ser sempre educado.
Bem hajam e bom trabalho.

Miguel Ferreira

Você é desarrumado ou perfeito?


Esta história pertence ao livro Steps to an Ecology of Mind, de Gregory Bateson, trata-se da transcrição duma conversa que este tivera com a filha:
Um dia, a filha perguntou-lhe: pai, porque é que as coisas ficam desarrumadas com tanta facilidade?
- O que está a querer dizer com "desarrumadas"? - perguntou ele.
- Bem, sabe como é quando as coisas não são perfeitas. Olhe para a minha escrivaninha agora. Está cheia de coisas. Desarrumada. E ontem à noite esforcei-me ao máximo para deixar tudo perfeito, mas as coisas não permanecem perfeitas. Ficam desarrumadas com a grande facilidade!
Bateson pediu à filha:
- Mostre-me como é quando as coisas estão perfeitas.
Ela arrumou tudo na devida ordem, e disse:
Aí está, assim é perfeito. Mas não continuará assim.
E se eu deslocar esta caixa de tintas para aqui, cerca de um palmo? O que acontece?
- Ora, pai, agora ficou desarrumado. Além do mais, teria de estar direitinha, e não torta, como a deixou.
- E se eu mudasse este lápis para cá?
- Está desarrumado outra vez.
- E se deixasse este livro aberto?
- Também fica desarrumado!
Bateson declarou então para a sua filha:
- Querida, não é que as coisas fiquem desarrumadas com grande facilidade. O que acontece apenas que tens mais meios para desarrumar as coisas, e só tem um meio para deixar tudo perfeito.
A maioria das pessoas cria numerosos meios para se sentir mal, e apenas uns poucos meios para se sentir realmente bem.

Bem hajam e boas arrumações.

Miguel Ferreira 

domingo, abril 01, 2012

NASCIMENTO DA EXCELÊNCIA: A CRENÇA


"O homem é o que ele acredita."
                                                                       Anton Tchecóv

No seu maravilhoso livro, Anatomy of an Illness, Norman Cousins conta uma instrutiva história sobre Pablo Casals, um dos maiores músicos do século vinte. É uma história de crença e renovação, e que todos nós podemos aprender com ela.
Cousins descreve o encontro com Casals, um pouco antes do nonagésimo aniversário do grande violoncelista. Diz ele que era doloroso olhar o velho homem quando começava o seu dia. A sua fragilidade e artrite eram tão debilitadoras que precisava de ajuda para se vestir. O Seu enfisema era evidente na difícil respiração, andando com um arrastar de pés, curvado, cabeça inclinada para a frente. As suas mãos eram inchadas, os seus dedos apertados. Parecia um homem muito velho, velho e cansado.
Antes mesmo de comer, foi até o piano, um dos vários instrumentos em que Casals se tornara perito. Com grande habilidade, ajustou-se na banqueta. Parecia para ele um terrível esforço levar os seus dedos inchados e cerrados até o teclado.
E, então, algo de muito milagroso ocorreu. De repente, Casals transformou-se completamente ante os olhos de Cousins. Entrou num estado cheio de recursos e, conforme o fez, a sua fisiologia mudou a tal ponto que começou a mover-se, e a tocar, produzindo no seu corpo e no piano resultados que só teriam sido possíveis num pianista saudável, forte e flexível. Como Cousins descreveu, os seus dedos abriram-se lentamente e acharam as teclas como os brotos de uma planta em direcção à luz do sol e ai as suas costas endireitaram-se.
Parecia respirar com mais facilidade". O simples pensamento de tocar piano mudava todo o seu estado, e assim a eficiência do seu corpo. Casals começou com uma peça do Cravo Bem Temperado, de Bach, com grande sensibilidade e controle. Atirou-se, então, ao concerto de Brahms, e os seus dedos pareciam correr sobre o teclado. "O seu corpo inteiro parecia fundido com a música", escreveu Cousins.
"Deixava de estar rijo e encolhido, ficando mais ágil, gracioso e completamente livre das suas torceduras artríticas." Quando se afastou do piano, parecia uma pessoa bem diferente da que se sentara para tocar.
Levantou-se erecto e mais alto e andou sem sinal de arrastar os pés.
Logo se dirigiu para a mesa do café, comeu com satisfação, e então saiu para dar um passeio pela praia.
Pensamos sempre em crenças no sentido de credos ou doutrinas e muitas crenças são isso mesmo. Contudo, no sentido básico, uma crença é qualquer princípio orientador, máxima, fé ou paixão que pode proporcionar significado e direcção na vida. Estímulos ilimitados estão disponíveis para nós. Crenças são os filtros pré-arranjados e organizados para as nossas percepções do mundo. São como comandos do cérebro. Quando acreditamos com convicção que alguma coisa é verdade, é como se mandássemos um comando para o nosso cérebro, de como representar o que está a ocorrer.
Casals acreditava na música e na arte. Foi o que deu beleza, ordem e nobreza à sua vida, e é o que poderia ainda proporcionar-lhe milagres diários. Por acreditar no poder transcendente da sua arte, ele estava fortalecido de uma forma que quase desafiava o entendimento. As suas crenças transformavam-no, diariamente, de um velho homem cansado num génio de vida. No sentido mais profundo, as suas crenças mantinham-no vivo.
Certa vez, John Stuart Mill escreveu: "Uma pessoa com uma crença é igual à força de noventa e nove que só têm interesses".
É por isso que as crenças abrem a porta para a excelência. A crença envia um comando directo para o seu sistema nervoso. Quando acredita que alguma coisa é verdade, você entra mesmo no estado de que aquilo deve ser verdade.
Tratadas desta maneira, as crenças podem ser as mais poderosas forças para criar o bem na sua vida.
Por outro lado, as crenças que limitam as suas acções e pensamentos podem ser tão devastadoras como as crenças cheias de recursos podem ser fortalecedoras. Através da história, as religiões têm fortalecido milhões de pessoas dando-lhes força para fazerem coisas que pensavam que não podiam. As crenças ajudam-nos a liberar os mais ricos recursos que estão bem dentro de nós, criando-os e dirigindo-os para apoiarem os nossos resultados desejados.

As crenças são os compassos e os mapas que nos guiam na direcção das nossas metas e nos dão a certeza de saber que lá chegaremos. Sem crenças ou a capacidade de entrar nelas, as pessoas podem ser totalmente enfraquecidas. São como um barco a motor sem o motor ou leme. Com crenças orientadoras fortes, você tem o poder de tomar medidas e criar o mundo no qual quer viver. As crenças ajudam-no a ver o que quer e energizam-no para obtê-lo.
De facto, não há força directora mais poderosa no comportamento humano do que a crença. Em essência, a história humana é a história da crença humana.
As pessoas que mudaram a história - Cristo, Maomé, Copérnico, Colombo, Edison ou Einstein - foram as que mudaram as nossas crenças.
Para mudar os nossos próprios comportamentos temos de começar a alterar as nossas próprias crenças. Se quisermos modelar excelência, precisamos aprender a modelar as crenças daqueles que alcançaram excelência.

Escolha as crenças em que quer acreditar e realize de forma mais fácil os seus objectivos.
Bem hajam.

Miguel Ferreira 

sexta-feira, março 09, 2012

Bom milho

Esta é a história de um agricultor bem-sucedido. Ano após ano, ganhava o troféu "Milho Gigante" da feira da agricultura do seu município. Entrava com o seu milho na feira e saía com a faixa azul recobrindo o seu peito. E o seu milho era cada vez melhor... Numa dessas ocasiões, um jornalista, ao abordá-lo após a já tradicional colocação da faixa, ficou intrigado com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar o seu qualificado e valioso produto. O repórter descobriu que o agricultor compartilhava a semente do seu milho gigante com os vizinhos, então perguntou: - Como é que pode dispor-se a compartilhar a sua melhor semente com os seus vizinhos, quando eles estão a competir com o seu? O agricultor pensou por um instante e respondeu: - Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho maduro e leva-o através do vento, de campo para campo. Se os meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, tenho que ajudar os meus vizinhos a cultivar milho bom. Ele era atento aos laços da vida. O milho dele não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade aprimorada. Assim é também noutras dimensões da nossa vida, aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que os seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. E aqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos. 

 Bem hajam. Miguel Ferreira

KONY 2012 Legendado em Português (COMPLETO)

domingo, março 04, 2012

Persistência


Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai. Tentando imitá-lo, pegou num instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.
Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e não se lembrava mais das cores. Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam com a sua memória.
Na verdade, ele não estava feliz com os seus estudos. Queria ler livros e escrever cartas, como os seus colegas.
Um dia, ouviu falar duma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e matriculou-se no instituto nacional para crianças cegas.
Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma curta história enchia muitas páginas.
O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco tempo o menino tinha lido tudo o que havia na biblioteca.
Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo.
O amor à música aguçou o seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais.
Passava noites acordado, a pensar em como resolver o problema.
Ouviu falar dum capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro.
A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz.
Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto.
Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno.
Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o.
Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo.
Com persistência, Louis Braille foi mostrando o seu método. Os meninos do instituto interessavam-se.
À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos.
O método Braille estava pronto.
O sistema permitia também ler e escrever música.
A ideia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo: "Tenho a certeza de que minha missão na Terra terminou."
Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método espalhou-se por vários países.
Finalmente, foi aceite como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não vêm.
Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou a sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.
Vale a pena persistir. Força.

Miguel Ferreira

sábado, fevereiro 18, 2012

O significado do grito

Um certo dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: 
- Porque é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas? 
- Gritamos porque perdemos a calma. - Disse um deles. 
- Mas, porque gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou novamente o pensador. 
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça. - retrucou outro discípulo. 
E o mestre volta a perguntar: 
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa? 
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. 
Então esclareceu: 
- Vocês sabem porque se grita com uma pessoa? 
O facto é que quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir essa distância precisam de gritar para se poderem escutar mutuamente. 
Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para se ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E porquê? 
Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. 
Às vezes estão tão próximos os seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. 
 É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas. 
Quando discutirem, não deixem que os seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta. 

Bem hajam e deixem falar o coração Miguel Ferreira

Kagemu- Paris

domingo, fevereiro 12, 2012

A Doença como Caminho


Achei muito interessante esta analogia descrita no livro de “A doença como caminho”, de Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke, onde nos é apresentado uma nova visão da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem e que nos fala da seguinte comparação: um automóvel possui diversas lâmpadas de controlo no painel, as quais só se acendem quando alguma função importante do carro não está a funcionar como devia. Num caso concreto, quando uma destas luzinhas se acende durante uma viagem, não ficamos nada satisfeitos com o facto. Sentimo-nos obrigados a interromper o nosso passeio por causa deste sinal.
Apesar da nossa inquietação, muito compreensível, seria ridículo ficarmos zangados com a lâmpada: afinal, informa-nos sobre um evento que, de outra forma, talvez nem notássemos, ou então demorássemos a notar, visto que para nós está numa zona "invisível". Assim, entendemos que o facto da lâmpada se acender equivale a um convite para chamarmos um mecânico para que, com a sua intervenção, a luzinha se apague e possamos continuar tranquilamente a nossa viagem.
É claro que ficaríamos muito zangados se o mecânico apagasse a lâmpada usando o simples estratagema de retirá-la. Por certo, a luzinha não se acenderia mais - e isto, de facto, é o que desejávamos, mas o modo como o problema foi resolvido parecer-nos-ia pior do que incompetente. Achamos muito mais sensato tornar desnecessário o aviso da lâmpada, em vez de impedir que ela se acenda. No entanto, para isso, precisamos desviar a nossa atenção do painel para os âmbitos subjacentes, e desta forma descobrir o que afinal deixou de funcionar. A função da lâmpada é agir como um mero indicador, levando-nos a fazer perguntas.
Aquilo que, no exemplo acima, é a lâmpada de controlo, equivale no nosso caso aos sintomas, quer seja físicos ou emocionais. O que constantemente se manifesta no nosso corpo como sintoma é a expressão visível de um processo invisível, o qual deseja interromper o nosso caminho por meio da sua função de sinal de advertência, indicando que alguma coisa não esta em ordem. Isto faz-nos questionar os motivos subjacentes. Também neste caso é ridículo zangar-se com o sintoma, aliás, é de facto absurdo desejar apagá-lo, meramente impedindo-o de se manifestar. O sintoma deve tornar-se supérfluo e não ser impedido de se manifestar. Mas para isso, também neste caso, é preciso desviar o nosso olhar do sintoma e examinar tudo com mais profundidade, e desta forma compreendermos para onde o sintoma está a apontar. Desta forma estaremos a agir de forma responsável, continuando num processo contínuo de modificação de comportamento, rumo à qualidade de vida. Está totalmente nas suas mãos grande parte de toda a sua felicidade.
Bem hajam e atenção aos sintomas

Miguel Ferreira

sábado, fevereiro 04, 2012

CURSO BÁSICO DE PNL (FÁTIMA)


Últimas Inscrições
FÁTIMA: 9 e 16 Fevereiro, 2013
APROVEITE ESTA OPORTUNIDADE, PARA AQUELA QUE É CONSIDERADA A METODOLOGIA QUE FAZ TODA A DIFERENÇA NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL (PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA).
CURSO BÁSICO DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (12 horas)
Modalidade B: (2 x 6 horas // 2 x Sábados, 9h30 – 18h30)
A FORMAÇÃO IRÁ DECORRER EM GRUPOS RESTRITOS.

FAÇA JÁ A SUA PRÉ-INSCRIÇÃO ENVIANDO OS SEUS DADOS:
nome:
profissão:
morada:
telemóvel:
local de residência:
nº do BI|CC:
nif:
objectivos da formação:


Tlm: 91 401 94 01 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS 91 401 94 01end_of_the_skype_highlighting / 96 720 50 66 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS 96 720 50 66end_of_the_skype_highlighting

Com os melhores cumprimentos,

A equipa (Chunkingup): 
Miguel Ferreira

terça-feira, janeiro 24, 2012

Percepção é projecção


Um certo dia um rei chamou ao seu palácio o mestre zen Muhak - que viveu de 1317 a 1405 - e disse-lhe que, para afastar o cansaço e a tensão do trabalho administrativo, queria ter uma conversa completamente informal com ele. De seguida, o rei comentou que Muhak parecia um grande porco faminto a procurar comida.
"E você, excelência", respondeu Muhak, "parece o Buda Sakiamuni a meditar, sobre um pico elevado dos Himalaias".
O rei ficou surpreso com a resposta de Muhak.
"Comparei você a um porco, e você me compara ao Buda?"
"É que um porco só pode ver porco, excelência, e um Buda só pode ver Buda", explicou Muhak com um jeito humilde. 
O rei sorriu, antes de admitir que a resposta de Muhak era uma lição de sabedoria. 

365 Zen Sayings, p. 205 

Semeando


Esta história fala de um velho que se chamava Fleming, um pobre fazendeiro escocês.
Um dia, enquanto trabalhava, ouviu um pedido desesperado de socorro vindo de um pântano nas proximidades. Largou as suas ferramentas e correu em direção aos gritos. Quando lá chegou, encontrou, enlameado até a cintura, um menino a gritar e a tentar safar-se da morte. O fazendeiro salvou o rapaz duma morte lenta e terrível.
No dia seguinte, uma carruagem riquíssima chega à humilde casa do camponês. Um nobre, elegantemente vestido, sai e apresenta-se como o pai do menino que o fazendeiro tinha salvo.
- Eu quero recompensá-lo por salvar a vida do meu filho - disse o nobre.
- Não, eu não posso aceitar nenhum pagamento pelo que fiz - respondeu o fazendeiro.
Naquele momento, o filho do fazendeiro veio à porta do casebre.
- É seu filho? - perguntou o nobre.
- Sim - respondeu orgulhosamente o fazendeiro.
- Pois faço-lhe uma proposta: deixe-me levá-lo e dar-lhe uma boa educação. Se o rapaz for como o seu pai, crescerá e será um homem do qual ainda terá muito orgulho.
E assim foi.
Tempos depois, o filho do fazendeiro formou-se no St. Mary's Hospital Medical School de Londres e ficou conhecido em todo o mundo como o notável Sr. Alexander Fleming, um dos descobridores da penicilina e prémio Nobel de 1945.
Anos depois, aquele mesmo filho do nobre ficou doente, com pneumonia. E o que o salvou? A penicilina. O nome do nobre que educou Alexander Fleming? Sr. Randolph Churchill. O nome do filho dele? Winston Churchill... 

Autor desconhecido

O Diamante


O Hindu chegou aos arredores de uma certa aldeia e sentou-se para dormir debaixo duma árvore. Entretanto chega um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:
"Aquela pedra! Eu quero aquela pedra."
"Mas que pedra?" pergunta-lhe o Hindu.
"Ontem à noite, eu vi o meu Senhor Shiva e, num sonho, que me disse para que viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre."
Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e disse-lhe:
"Provavelmente é desta que te falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la!" Ofereceu-lhe assim a pedra.
O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo.
Pegou, pois, o diamante e foi-se embora. Mas, quando veio a noite, ele virava-se de um lado para o outro na sua cama sem conseguir dormir. Então, ao romper do dia, foi ver novamente o Hindu. Despertou-o e disse-lhe:
"Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!"


Extraído de 'Histórias da Tradição Sufi'
Edições Dervish, 1993
 

sábado, janeiro 21, 2012

Um Curso em Milagres -Ep.1

Convicções limitadoras


Conta um certa lenda, que estavam duas crianças a patinar num lago congelado.
Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu o amiguinho preso e a congelar-se, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que tinha acontecido, perguntara ao menino:
- Como é que conseguiu fazer isso?
É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

O AMOR VENCERÁ

Como manter o amor?


Uma mãe e filha estavam a caminhar pela praia. 
A certa altura, a menina disse: 
- Como é que se faz para manter um amor? 
A mãe olhou para a filha e respondeu: 
- Pega um pouco de areia e fecha a mão com força... 
A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia, mais velocidade a escapava a areia. 
- Mamã, mas assim a areia cai!
- Eu sei, agora abre completamente a mão... 
A menina assim fez, mas veio um forte vento que levou consigo a areia que 
restava da sua mão. 
- Assim também não consigo mantê-la na minha mão! 
A mãe, sempre a sorrir disse-lhe: 
- Agora pega outra vez um pouco de areia e mantem-na na mão semiaberta, 
como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante 
aberta para lhe dar liberdade. 
A menina experimentou e viu que a areia não escapava da mão e que estava protegida do vento. 
- É assim que se faz durar um amor... 
- Se você quer muito alguma coisa, deixe-a livre. Se ela voltar será sua para sempre, se não, é porque na verdade nunca foi sua. A liberdade é o espaço que a felicidade precisa.


(autor desconhecido) 

Um Curso em Milagres_ O Filme Trailer.avi

Mindfulness

Relaxamento

Relaxamento

Meditação

Super Mind Power

I Had a Dream

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Bom milho


Esta é a história de um fazendeiro bem-sucedido.
Ano após ano, ganhava o troféu "Milho Gigante" da feira da agricultura do seu município. Entrava com o seu milho na feira e saía com a faixa azul recobrindo o seu peito.
E o seu milho era cada vez melhor...
Numa dessas ocasiões, um repórter de jornal, ao abordá-lo após a já tradicional colocação da faixa, ficou intrigado com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar o seu qualificado e valioso produto.
O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho gigante com os vizinhos, então perguntou:
- Como pode o senhor se dispor a compartilhar a sua melhor semente com os seus vizinhos, quando eles estão a competir com o seu?
O fazendeiro pensou por um instante e respondeu:
- Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho maduro e leva-o através do vento, de campo para campo. Se os meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, tenho que ajudar os meus vizinhos a cultivar milho bom.
Ele era atento aos laços da vida. O milho dele não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade aprimorada.

Assim é também noutras dimensões da nossa vida, aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que os seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem. E aqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos.

Você É Desarrumado ou Perfeito?


Esta história pertence ao livro Steps to an Ecology of Mind, de Gregory Bateson, trata-se da transcrição duma conversa que este tivera com a filha, anos atrás:
Um dia, ela procurou-o, e fez uma pergunta interessante:
- Papa, porque é que as coisas se tornam desarrumadas com tanta facilidade?
- O que está a querer dizer com "desarrumadas", querida ? - perguntou ele.
- Bem, sabe como é, quando as coisas não são perfeitas. Olhe para a minha escrivaninha agora. Está cheia de coisas. Desarrumada. E ontem à noite esforcei-me ao máximo para deixar tudo perfeito. Mas as coisas não permanecem perfeitas. Tornam-se desarrumadas com a maior facilidade!
Bateson pediu à filha :
- Mostre-me como é quando as coisas ficam perfeitas.
Ela arrumou cada coisa nas posições determinadas, e depois disse:
Aí está, agora ficou perfeito. Mas não continuará assim.
E se eu deslocar esta caixa de tinta para cá, cerca de um palmo? O que acontece?
- Ora, papa, agora ficou desarrumado. Além do mais, teria de estar recta, e não torta, como a deixou.
- E se eu mudasse este lápis para cá?
- Está desarrumado outra vez.
- E se deixasse este livro aberto?
- Também fica desarrumado!
Bateson declarou então para a sua filha:
- Querida, não é que as coisas fiquem desarrumadas com mais facilidade. O que acontece apenas que tens mais meios para dessarrumar as coisas, e só tem um meio para deixar tudo perfeito.
A maioria das pessoas cria numerosos meios para se sentir mal, e apenas uns poucos meios para se sentir realmente bem.


Bibliografia:
Desperte o Gigante Interior
Robbins, Anthony
Editora Record, 1993, Pág. 386 e 387