quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Ouvir Mozart torna-o mais inteligente


O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart como génio compositor da música clássica, foi alvo duma teoria que nasceu na década de 1990 e que levou a acreditar que tocar peças do músico para crianças melhoraria o desenvolvimento do seu cérebro, tornando-as mais inteligentes.
Muitas vezes, os mitos são criados com base em factos reais, contudo este em particular teve origem num estudo publicado pela revista científica Nature em 1993. A pesquisa descreveu uma experiência aplicada em estudantes duma universidade na Califórnia na realizaram duma série de tarefas. Os voluntários que ouviram atentamente uma peça de Mozart antes de fazer os testes saíram-se um pouco melhor do que os que ouviram músicas para relaxamento ou não ouviram nada.
O efeito positivo da sonata de Mozart sobre o desempenho dos estudantes desapareceu após cerca de 15 minutos. 
Dois anos mais tarde, os mass-média tinham transformado as observações do estudo numa teoria segundo a qual tocar Mozart para crianças jovens melhorava a sua inteligência.
As editoras começaram a vender CDs do génio austríaco a famílias com crianças. Em 1998, nos Estados Unidos, o Estado da Geórgia distribuiu CDs de Mozart para mães com bebés recém-nascidos.
Muitos outros estudos, criaram teorias de que as estruturas musicais das composições de Mozart exerciam uma influência biológica sobre as conexões nervosas do cérebro e em estudos posteriores, a verdade acabou por se mostrar bem mais prosaica, concluído os especialistas que qualquer música estimulante tocada antes duma série de exercícios mentais ajuda-nos a criar um estado de alerta e entusiasmado, e logo uma melhoria no desempenho.
O estado de alerta e concentração é uma habilidade como qualquer uma e a frequência da música clássica ou new age, é sem dúvida uma boa maneira de activa essa habilidade.
Bem hajam e boas audições.

sábado, fevereiro 02, 2013

O Poder da Educação


Conta-se que o legislador grego Licurgo, que viveu no século IV antes de Cristo, foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite, no entanto pediu o prazo de seis meses para se preparar. O facto causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidades e condições de falar a qualquer momento sobre o tema, e por isso o tinham convidado.
Transcorridos os seis meses, compareceu perante a assembleia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo de seguida entraram dois criados, cada qual levando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta duma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo de seguida o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada correria ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza, trucidando-a rapidamente.
A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembleia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, este nada disse. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.
As pessoas ali presentes mal continham a respiração. Alguns, mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la, bateu-lhe com a pata e ela caiu. Logo a lebre ergueu-se e pôs-se a brincar com o cão. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranquila convivência, saltitando de um lado a outro no palco.
Então, e somente então, Licurgo falou: - Senhores, acabaram de assistir a uma demonstração do que pode a educação.
Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim, igualmente, os cães. A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação.
E prosseguiu vivamente o seu discurso, dizendo das excelências do processo educativo: - A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo.
Eduquemos os nossos filhos, esclareçamos a sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos aos seus corações, ensinemos a despojarem-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em tornarmo-nos melhores.
O verbo educar é originário do latim "educare" (ou "educcere"), e quer dizer "extrair", "tirar fora".
Percebe-se, portanto, que a educação não se constitui num mero estabelecimento de informações, mas sim, em se trabalhar as potencialidades interiores do ser, para que floresçam.

Para todos os pais, um bom florescimento.
Bem hajam.

Miguel Ferreira