domingo, abril 14, 2013

exemplo na vida

Catch the wind

Tudo começa por um ponto

A vidraça e os lençois


Um casal, recém-casado, mudou-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã que passaram na casa, enquanto estavam a tomar café, a mulher reparou através da janela, que a vizinha pendurava lençóis no estendal e comentou com o marido: - Que lençóis tão sujos, está ela a pendurar no estendal! Está a precisar dum sabão novo! Se eu tivesse confiança, perguntava-lhe se queria que a ensinasse a lavar a roupa! O marido escutava, calado. Alguns dias depois, novamente, durante o pequeno-almoço, novamente a vizinha pendurava lençóis no estendal e a mulher comentou com o marido: - A nossa vizinha continua a pendurar os lençóis sujos! Se eu tivesse confiança, perguntava-lhe se queria que a ensinasse a lavar a roupa! E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia o seu discurso, enquanto a vizinha pendurava as suas roupas no estendal. Passado um mês, a mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis muito brancos a serem estendidos e, toda empolgada, foi dizer ao marido: - Vê, ela aprendeu a lavar a roupa! Será que a outra vizinha a ensinou? Porque eu não fiz nada! O marido calmamente respondeu: - Não, hoje eu levantei-me mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
Bem hajam e “boas limpezas”.

Miguel Ferreira

quarta-feira, abril 03, 2013

A diferença


Era uma vez um escritor que morava numa praia tranquila, junto a uma aldeia de pescadores. Todas as manhãs caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa a escrever.

Certo dia, ao caminhar pela praia, viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar mais perto, reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
“Por que é que está a fazer isso?”- perguntou o escritor.
“Você não vê!” – explicou o jovem – “A maré está baixa e o sol a brilhar. Irão secar e morrer se ficarem aqui na areia”.

O escritor espantou-se.
“Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Deitas umas tantas de volta ao oceano, mas a maioria vai perecer de qualquer forma”.

O jovem pegou em mais uma estrela-do-mar e lançou-a de volta ao oceano e olhou para o escritor:
“Para esta aqui, eu fiz a diferença…”

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Na manhã seguinte, voltou à praia, procurou o jovem, e juntos, começaram a deitar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Sejamos, portanto, mais um dos que fazem a diferença, que querem fazer do mundo, um lugar melhor.

A todos vós, um bem hajam.

Miguel Ferreira

terça-feira, abril 02, 2013

O Pote Rachado


Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta duma vara a qual ele carregava atravessada no seu pescoço.
Um dos potes tinha uma racha, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe.
O pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim dois anos, diariamente, o carregador entregava um pote e meio de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações.Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que tinha sido designado a fazer.
Após perceber que por dois anos tinha sido uma falha amarga, o pote disse um dia ao homem: - Estou envergonhado, quero pedir-te desculpas.
- Por quê?, perguntou o homem. - De que é que estás envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa do seu senhor, e por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
De facto, à medida que iam subindo a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao longo do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas no fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem pela sua falha.
Então ai disse o homem ao pote: (…)
- Você notou que pelo caminho só haviam flores no seu lado do caminho?
- Notou ainda que todos os dias enquanto voltávamos do poço, era você que as regava?
Por dois anos, eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.
Lembrem-se, cada um de nós tem os seus próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes rachados.
Na grandiosa economia do Universo, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Basta reconhecermos os nossos defeitos e eles com certeza embelezarão a mesa de alguém... 

(Autor desconhecido).

A todos vós, um bem hajam.

Miguel Ferreira