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terça-feira, abril 16, 2013
domingo, abril 14, 2013
A vidraça e os lençois
Um casal, recém-casado, mudou-se para um
bairro muito tranquilo. Na primeira manhã que passaram na casa, enquanto
estavam a tomar café, a mulher reparou através da janela, que a vizinha
pendurava lençóis no estendal e comentou com o marido: - Que lençóis tão sujos,
está ela a pendurar no estendal! Está a precisar dum sabão novo! Se eu tivesse
confiança, perguntava-lhe se queria que a ensinasse a lavar a roupa! O marido
escutava, calado. Alguns dias depois, novamente, durante o pequeno-almoço,
novamente a vizinha pendurava lençóis no estendal e a mulher comentou com o
marido: - A nossa vizinha continua a pendurar os lençóis sujos! Se eu tivesse
confiança, perguntava-lhe se queria que a ensinasse a lavar a roupa! E assim, a
cada dois ou três dias, a mulher repetia o seu discurso, enquanto a vizinha
pendurava as suas roupas no estendal. Passado um mês, a mulher surpreendeu-se
ao ver os lençóis muito brancos a serem estendidos e, toda empolgada, foi dizer
ao marido: - Vê, ela aprendeu a lavar a roupa! Será que a outra vizinha a
ensinou? Porque eu não fiz nada! O marido calmamente respondeu: - Não, hoje eu
levantei-me mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
Bem hajam e “boas limpezas”.
Miguel Ferreira
quinta-feira, abril 04, 2013
quarta-feira, abril 03, 2013
A diferença
Era uma vez um
escritor que morava numa praia tranquila, junto a uma aldeia de pescadores.
Todas as manhãs caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em
casa a escrever.
Certo dia, ao
caminhar pela praia, viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar mais perto,
reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para,
uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
“Por que é que está
a fazer isso?”- perguntou o escritor.
“Você não vê!” – explicou o jovem – “A maré está baixa e o sol a brilhar. Irão
secar e morrer se ficarem aqui na areia”.
O escritor
espantou-se.
“Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por este mundo afora, e
centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença
faz? Deitas umas tantas de volta ao oceano, mas a maioria vai perecer de
qualquer forma”.
O jovem pegou em
mais uma estrela-do-mar e lançou-a de volta ao oceano e olhou para o escritor:
“Para esta aqui, eu fiz a diferença…”
Naquela noite o escritor
não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Na manhã seguinte, voltou à praia,
procurou o jovem, e juntos, começaram a deitar estrelas-do-mar de volta ao
oceano.
Sejamos, portanto,
mais um dos que fazem a diferença, que querem fazer do mundo, um lugar melhor.
A todos vós, um bem hajam.
Miguel Ferreira
terça-feira, abril 02, 2013
O Pote Rachado
Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos
pendurados em cada ponta duma vara a qual ele carregava atravessada no seu
pescoço.
Um dos potes tinha uma racha, enquanto o outro era perfeito e sempre
chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe.
O pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim dois anos, diariamente, o carregador entregava um pote e meio
de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações.Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e
sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que tinha sido
designado a fazer.
Após perceber que por dois anos tinha sido uma falha amarga, o pote
disse um dia ao homem: - Estou envergonhado, quero pedir-te desculpas.
- Por quê?, perguntou o homem. - De que é que estás envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha
carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o
caminho da casa do seu senhor, e por causa do meu defeito, você tem que fazer
todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão
falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as
flores ao longo do caminho.
De facto, à medida que iam subindo a montanha, o velho pote rachado
notou flores selvagens ao longo do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas no fim da
estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem pela sua falha.
Então ai disse o homem ao pote: (…)
- Você notou que pelo caminho só haviam flores no seu lado do caminho?
- Notou ainda que todos os dias enquanto voltávamos do poço, era você
que as regava?
Por dois anos, eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu
senhor. Sem você ser do jeito que é, ele não poderia ter essa beleza para dar
graça à sua casa.
Lembrem-se, cada um de nós tem os seus próprios e únicos defeitos. Todos
nós somos potes rachados.
Na grandiosa economia do Universo, nada se perde. Nunca deveríamos ter
medo dos nossos defeitos. Basta reconhecermos os nossos defeitos e eles com
certeza embelezarão a mesa de alguém...
(Autor desconhecido).
A todos vós, um bem hajam.
Miguel Ferreira
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