João era o dono duma farmácia bem sucedida. Era um homem
bastante inteligente mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer
outra coisa além do mundo material.
Um certo dia, estava ele a fechar a farmácia quando chegou
uma criança aos prantos a dizer que a sua mãe estava muito mal e que se ela não
tomasse o medicamento iria morrer.
Muito nervoso, e após a insistência da criança, resolveu
reabrir a farmácia para lhe dar o medicamento. A sua insensibilidade perante aquele
momento era tal que acabou por lhe dar o medicamento mesmo no escuro. A criança
agradeceu e saiu dali depressa. Alguns minutos depois João percebeu que tinha
entregado o medicamento errado e que se aquela mãe o tomasse teria morte
instantânea. Desesperado tentou alcançar a criança mas não teve êxito. Sem
saber o que fazer e com a consciência pesada, ajoelhou-se e começou a chorar e
a dizer que se realmente existisse um Deus que não o deixasse passar por
assassino.
De repente, sentiu uma mão a tocar-lhe no ombro esquerdo e
ao virar-se deparou com a criança a dizer: - Senhor, por favor não se zangue
comigo, mas é que cai e parti o vidro do medicamento...
Será que o senhor me poderia dar outro?