terça-feira, fevereiro 18, 2014

As crianças criadas com afeto têm um hipocampo maior

Embora este estudo já tenha algum tempo, gostaria de o deixar aqui para que as crianças do futuro possam marcar pela diferença, numa humanidade que parece cada vez mais perdida. O estudo revelou que há uma forte vinculação entre a interação com os pais e o tamanho de área cerebral responsável pela da memória, ou seja, as crianças criadas com afeto têm o hipocampo - área do cérebro encarregada da memória - quase 10% maior que as demais, revela um estudo publicado pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" ("PNAS").

A pesquisa, realizada por psiquiatras e neurocientistas da Universidade Washington de Saint Louis, "sugere um claro vínculo entre a criação e o tamanho do hipocampo", explica a professora de psiquiatria infantil Joan L. Luby, uma das autoras.
Para o estudo, os especialistas analisaram imagens cerebrais de crianças com idades entre 7 e 10 anos que, quando tinham entre 3 e 6 anos, foram observados em interação com algum dos seus pais, quase sempre com a mãe.

Foram analisadas imagens do cérebro de 92 dessas crianças, algumas mentalmente saudáveis e outras com sintomas de depressão. As crianças saudáveis e criadas com afeto tinham o hipocampo quase 10% maior que as demais. "Ter um hipocampo quase 10% maior é uma evidência concreta do poderoso efeito da criação", ressalta Luby.
A professora defende que os pais criem os filhos com amor e cuidado, pois, segundo ela, isso "claramente tem um impacto muito grande no desenvolvimento posterior".
Durante anos, muitas pesquisas enfatizaram a importância da criação, mas quase sempre focadas em fatores psicossociais e no rendimento escolar. Este trabalho publicado, no entanto, "é o primeiro que realmente mostra uma mudança anatômica no cérebro", destaca Luby.
Embora em 95% dos casos estudados as mães biológicas tenham participado do estudo, os pesquisadores indicam que o efeito no cérebro é o mesmo se o responsável pelos cuidados da criança é o pai, os pais adotivos ou os avós.
Vale então a pena investir na vinculação e estimulação. Bem hajam.

domingo, fevereiro 02, 2014

Motivação: O problema da “cenoura”

Na natureza humana, existe uma forte tendência de motivar através de recompensas, “fazes isto e eu dou-te aquilo”, acontecendo nos diversos contextos da vida social, organizacional e educacional. Contudo, os bonus financeiros e outras premiações não trazem necessariamente motivação e, podem até acarretar efeitos negativos.
A maioria dos esquemas motivacionais é baseada no enfoque da cenoura – um desempenho excepcional é recompensado. Esta é a base de todos os esquemas de bónus, financeiros e de outros incentivos. Parece razoável recompensar alguém, como agradecimento pelos serviços prestados, acima e além de suas obrigações. Há um forte argumento, contudo, no sentido de que as recompensas motivam só em circunstâncias limitadas, e podem até ser contraprodutivas.
Sito estes autores, McDermott e O’Connor (2000), que referem algumas razões pelas quais uma recompensa extra e mais bónus são ineficazes e podem ser desmotivadores: recompensas oferecidas não são o que as pessoas valorizam. A maior parte das recompensas não é financeira e, contrário ao conceito geral, o dinheiro não aparece na lista dos três valores que as pessoas mais prezam; As recompensas podem azedar as relações, e frequentemente não fazem nada pela colaboração e cooperação das equipes. Em particular, naquelas épocas em que as recompensas rareiam, e somente uma pessoa ou equipe pode ganhar, cria-se uma luta ao invés de cooperação; Por fim, as recompensas podem transformar as tarefas em meios para o fim. Se for prometida uma recompensa por uma tarefa, faz sentido terminá-la o mais rápido e urgente possível. A pessoa tenderá a evitar as partes mais difíceis da tarefa devido ao alto risco de falhas, desestimulando a criatividade.

Bem hajam e cuidado com as recompensas que oferecem,