terça-feira, junho 30, 2009

A importância do propósito

Como diria Vince Lombardi, “Todos têm a vontade de vencer, mas poucos têm a vontade de se prepararem para vencer”.
Muitas pessoas querem atingir grandes objectivos na vida e não têm as oportunidades para desenvolverem as suas potencialidades rumo a uma nova existência.
Muitas pessoas não se apercebem que a vida é muito curta para ser desperdiçada e a cada dia desperdiçam horas que podiam ser utilizadas a favor do seu desenvolvimento e realização pessoal.

Acredito que o destino da nossa vida começa a ser moldado quando decidimos, conscientemente, tomar conta do nosso próprio futuro.

Infelizmente, milhares de pessoas não decidem o que querem da vida e quando chegam ao leito de morte, percebem que tiveram uma vida pobre, triste e infeliz, uma vez que, na maior parte dos casos, poucas realizações conseguiram alcançar.
Há uma diferença entre vivermos a vida e moldarmos o nosso próprio destino, citando A. Chekhov que realmente diz tudo: “O homem é aquilo em que acredita”.

O que muitas pessoas não percebem é que o destino não é uma questão de sorte, mas sim de escolha, não é algo a ser esperado, mas sim a ser conquistado. Milhares de pessoas caem na armadilha de viver um dia após o outro, pois vivem anestesiadas com os acontecimentos do dia-a-dia. Vivem como se o sucesso fosse privilégio apenas de alguns, com sentimentos de desamparo e gastam o tempo em coisas e actividades que não as potencializam, nem comportam o senso de crescimento e realização.

Se olharmos, de forma pormenorizada, para pessoas que verdadeiramente conquistaram o sucesso, notamos que subjazem um rol de características comuns: têm um grande senso de propósito, definem os seus objectivos e procuram conquistá-los com a mesma intensidade com que necessitam do ar para viver.

Quando alguém vive em função dos seus propósitos, sente que está a operar uma grande diferença no mundo e diariamente ganha forças para evoluir e ultrapassar os diversos obstáculos.
Em 1953, a Yale University (E.U.A) realizou uma pesquisa com os alunos que estavam a terminar os estudos universitários. Esta pesquisa demonstrou que, apenas, 3% dos alunos que se estavam a licenciar possuíam um programa de planeamento pessoal. Vinte anos depois, constatou-se que os 3% que tinham planeado os seus objectivos, realizaram mais do que os outros 97% juntos. Não o fizeram por causa do seu alto nível intelectual, mas pela sua atitude de propósito.
A maior parte das pessoas gasta mais tempo a planear uma festa ou as suas férias do que a planear as suas vidas e, graças a isso, não raras vezes, passam por grandes períodos de dificuldade e insatisfação pessoal.

Existe uma lei na vida que se prende com o crescimento, a mudança e a evolução, e quando resistimos a esta lei, sofremos consequências gravíssimas. Somos seres vivos, e como tal, devemos manter-nos em crescimento, aos mais diversos níveis.

Tenho trabalhado nestes últimos anos com os resultados obtidos por pessoas que ignoraram esta lei e se esqueceram de procurar o seu auto-desempenho: depressão, ansiedade, stress; medo de seguir em frente nos diversos contextos; dificuldades de relacionamento e comunicação; baixo desempenho pessoal e profissional; uso de drogas e comidas em excesso; hábitos e comportamentos indesejados; E MUITO DINHEIRO GASTO COM A SAÚDE.

Existem muitas pessoas que andam à deriva, sem destino, e uma das coisas mais importantes para a nossa qualidade de vida é viver com objectivos fortes e inspiradores.

Se desejamos sair do nível em que estamos hoje, ou quem sabe, melhorar qualquer aspecto da nossa vida, precisamos de focar-nos no que realmente interessa e desejamos, em termos profissionais, físicos, emocionais, sociais, familiares, financeiros e espirituais.
Clareza é o nosso grande poder!

sexta-feira, junho 26, 2009

"Uma das maiores revoluções de nossos tempos é a descoberta de que, ao mudar as atitudes internas de sua mente, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de sua vida. Se você cultiva pensamentos negativos, se acredita que está destinado ao sofrimento, assim será... Crenças limitantes detêm nossas vidas".

(William James)

O inteligente é pensar grande a amorosamente... desejando tudo de mais espetacular para os outros. Quando nos esquecemos de nós, nos tornamos abençoados e inesquecíveis...

quinta-feira, junho 04, 2009

Auto-Bullying


No passado mês de Março, tive o privilégio de fazer parte duma mesa animada de especialistas, cujo tema era Bullying. Este fenómeno, que não é mais do que um “vilão” da sociedade, onde cada um procura afirmar-se de qualquer forma, tendo sempre “espelhos” que nos reflectem exactamente isso – o nosso valor e conceito.
O que acontece e que todos nós de uma forma ou de outra, encararmos sempre o papel de vítima ou agressor, sendo estes dois papeis um conjunto de necessidades herdadas, desde mais tenra idade.
Portanto, existe um medo constante de não estarmos suficientemente preparados, equipados, ornamentados e até mesmo perfeitos em relação ao padrão social definido, ou seja, é pretensão nossa estar pelo menos na “moda”, e deixar aquilo que é “careta”, o que muitas vezes é visto como antiquado e até mau.
Os bons comportamentos, hábitos e até costumes morais são vistos como anormais. Os maus comportamento, a rebeldia, atitudes desviantes e provocatórias são vistas como normais. Acho que estamos a caminhar no sentido oposto; é como se vestisse uma camisola ao contrário…
Quando o tema é bullying (palavra inglesa, que significa, usar o poder ou força para intimidar, implicar
excluir, humilhar, não dar atenção, desprezar, perseguir…), lembro-me sempre da história do patinho feio. O que terá de facto acontecido para que ele se senti-se feio? Talvez a diferença que apresentá-se, e que lhe era espelhado pelos pseudo-irmãos, que para se sentirem no mínimo iguais, subestimaram-no. Ou seja, não será o agressor que para não se sentir vítima, acaba por atacar um ponto de referência especial para que se sinta equilibrado?
Quero com isto dizer, que dentro de nós, de uma forma ou de outra, há uma “parte” que muitas vezes rejeitamos, e ao faze-lo estamos nós próprios a criar a auto-rejeição, ao que chamo de auto-bullying.
Já agora, qual a necessidade da personagem da “bruxa má” da história da branca de neve perguntar ao espelho: “espelho meu… espelho meu… haverá alguém mais bonito do que eu…!”
De onde vêm esta dúvida? Como ao longo do nosso crescimento nos fomos sempre auto-observando e comparando com os outros, por vezes surgem alguns pontos de diferença. A maneira como os encaramos vai definir a nossa auto-imagem e consequente auto-conceito que irá influenciar a oscilação da auto-estima.
Ora quanto mais fragilidade de auto-estima, maior será a probabilidade de sermos agredidos pelo meio, inclusivamente de forma indirecta, como acontece através do visionamento da televisão. É como se estivéssemos sempre em comparação, “eu” e os “outros”, “aqui sou igual”, “aqui sou diferente”, “aqui sou inferior”, “aqui sou superior”.
Assim, nesta necessidade de afirmação, muitas vezes herdada dos pais, aparece o fenómeno do bullying, gerado é claro, pelo auto-bullying, ao diminuir a percepção que temos de nós próprios.
Quase todos os pacientes com que tenho colaborado, foram alvo deste fenómeno, daí chegarem á vida adulta e gerarem desordens emocionais, tais como a depressão, ansiedade, fobias, e outras, fruto da baixa auto-estima de infância e adolescência.
Como tudo isto resulta de um padrão repetitivo, que vêm desde os tempos da escola, onde existiam outros iguais a nós, é muito natural que muitas vezes ainda suceda, estarmos no lugar da vítima, logo nos sentimos inferiorizados, o que nos leva a reagir por vezes de forma exagerada e pouco compreensiva para os outros, que ao não nos entenderem também reagem de forma exagerada, criando aqui uma “bola de neve” de desentendimentos e mal-estar.
É pois urgente resgatarmos a nossa criança interior, e dar-lhe finalmente a noção de que é um ser muito especial e que a vida está cheia de inúmeras possibilidades.
Nestas alturas é muito normal preocupar-nos com os nossos filhos. A minha sugestão é que nos ocupemos connosco a ajudar-nos a nós próprios, no caminho do auto-conhecimento, auto-controlo e empatia, gerando assim relacionamentos interpessoais satisfatórios, construindo assim uma rede social atractiva, que possa fascinar os nossos jovens a aderir a uma forma de estar saudável e em harmonia com tudo aquilo que representa a Natureza e a beleza humana.