terça-feira, maio 26, 2015

O Zelador da Fonte

Conta uma lenda austríaca que num determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas naturais que guarneciam a fonte de água da comunidade. O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspeccionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca. Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos. Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade reuniu-se, como fazia semestralmente. Um dos membros do conselho resolveu inspeccionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. O seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes. Numa certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. 

As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam. Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado. O conselho municipal tornou a reunir-se, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte. Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso...

Bem hajam,

domingo, maio 10, 2015

Crenças e convicções que stressam

Crenças e convicções que stressam...

O Stress é muitas vezes resultado das crenças tradicionais que nos foram passadas desde tempos remotos, e que seguimos de forma inconsciente sem questionar a veracidade dos fatos.
Poderíamos denominar como as nossas, leis, normas e regras às quais nos obrigamos a seguir e que muitas vezes são a “forca” que criamos ao longo da vida, querendo sempre que isso aconteça e o pior é que isso não depende unicamente de nós mais da realidade á nossa volta, o que é muito desagradável, pois quando tal não acontece, automaticamente geramos sentimentos negativos que não nos facilitam a vida.
De acordo com o Academic Resource Center do Sweet Briar College dos EUA, eis algumas dessas "tradições", que servem de combustível para nos tentar "arrastar" de vez ao precipício.
Assim enumeramos essas “tradições” ou crenças irracionais:
  1. Devemos ser amados por todos, e todos, sem exceção, devem aprovar todos os nossos atos.
  2. Devemos ser absolutamente competentes, capazes, bem sucedidos, articulados, admiráveis, adequados e inteligentes, e o mais importante, conseguirmos respeito de todos em tudo que fizermos.
  3. Certas atitudes ou atos são errados, desprezíveis ou prejudiciais, e as pessoas que cometem tais ações deverão ser severamente punidas.
  4. Podemos considerar como uma verdadeira catástrofe quando as coisas não acontecem como gostaríamos.
  5. Infelicidade é o resultado de eventos estranhos, e acontecimentos que são dirigidos exclusivamente a nós e sobre os quais não temos nenhum controle.
  6. Devemos preocupar-nos com coisas que são perigosas ou que nos causam temor, e devemos fixar os nossos pensamentos em tais "eventos", até que o perigo tenha passado.
  7. É mais fácil evitar as dificuldades e responsabilidades da vida do que enfrentá-las.
  8. Precisamos de alguém ou algo mais forte que nós para nos dar confiança.
  9. Porque algo nos influenciou de forma marcante no passado, isto deve determinar o nosso comportamento presente: A influência do passado é uma espécie de determinismo e não pode ser desfeita.
  10. O que as outras pessoas fazem tem importância vital para nós, e devemos fazer todo esforço possível para mudá-las, para que então pensem como nós.
  11. Existe uma solução única e perfeita para todo e qualquer problema, e se não for encontrada, os resultados serão desastrosos.
  12. Seguir a tradição e suas regras, mitos, tabus e rituais, cada um desses pontos sem questionar, é coisa fundamental, pois os antigos sempre sabiam o que estavam a fazer.
  13. O sofrimento é o único e verdadeiro caminho necessário à nossa felicidade e sem ele não temos a menor hipótese de alcançarmos o contentamento nem a paz de espírito.
  14. Ser bem-sucedido significa conseguir alcançar um ponto onde nenhum outro jamais colocou os pés. Sem isso a felicidade é impossível.
  15. Ser perfeito é possível, afinal de contas, existem pessoas perfeitas, especialmente os gurus religiosos, que podem nos servir de guias.

Se por acaso, reconhece em si algumas destas crenças, saiba que todas elas são irracionais e as principais determinantes pela nossa visão negativa e limitadora da realidade. Vale a pena questioná-las e desembaraçar-se delas, pois caso contrário a sua vida será um martírio.

Continuem a procurar a felicidade. Se a vida é simples porque complicar!
Bem hajam

Miguel Ferreira