Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade reuniu-se,
como fazia semestralmente. Um dos membros do conselho resolveu inspeccionar o
orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. De imediato,
alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho
estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia,
afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. O seu
discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do
zelador.
Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as
árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas
formadas pelas nascentes. Numa certa tarde, alguém notou uma coloração meio
amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e
uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. O mau
cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas.
As rodas
d´água começaram a girar lentamente, depois pararam. Os turistas abandonaram o
local. A enfermidade chegou ao povoado. O conselho municipal tornou a reunir-se,
em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. Imediatamente,
tratou de novamente contratar o zelador da fonte. Algumas semanas depois, as
águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a
funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso...
Bem
hajam,
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