terça-feira, maio 04, 2010

NECESSIDADE DE ATENÇÃO

Porque é que a necessidade de atenção influencia o comportamento?

Os nossos comportamentos muitas vezes são induzidos pela necessidade de reconhecimento e uma série de acontecimentos pode ser motivada por um simples gesto de atenção.

Um comportamento que não é produtivo é típico de alguém que deseja receber uma carícia que lhe faz falta. Descobrir qual é essa carícia e dá-la é a melhor maneira de esvaziar esse comportamento.

Um adolescente que implica com todos os que o rodeiam em casa pode estar a precisar de escutar dos pais: “Filho, nós confiamos em ti, e é altura de cuidares de ti próprio e da tua vida. Sempre que precisares, conta connosco”. Um funcionário que tem atitudes de rebeldia pode estar a precisar que o patrão lhe diga o quanto é importante para o projecto. O marido que passa o tempo a reclamar de tudo em casa pode estar a precisar de um carinho na hora de adormecer. Uma mulher com gastrite pode estar a necessitar de que a família lhe leve o café á cama com flores e bilhetes carinhosos, num domingo de manhã.

Quando alguém, nalgum lugar, tiver um comportamento que não faz parte da sua maneira de ser, está indirectamente a dizer bem alto: “Estou a precisar de me sentir importante!” Quando esse alguém, está a “dizer alto” e não é escutado, começa a gritar, e se não recebe nada em troca, acaba por ficar afónico: o seu corpo perde o vigor, e o seu olhar perde o brilho, isto porque não conseguiu sentir-se importante para a pessoa que ama...

As nossas condutas são induzidas pela necessidade de reconhecimento. Algumas, de maneira imediata: “Ei, porque é que não me cumprimentaste?” Outras, a longo prazo: “Com esta descoberta, vou ganhar um prémio Nobel”. Ou: “Um dia vão ver o quanto valho!” Ou ainda: “Vou ganhar muito dinheiro para dar uma casa para os meus pais”.

Toda uma série de acontecimentos pode ser motivada por um simples gesto de atenção (lembram-se das loucas histórias de paixão de adolescentes, resultado, às vezes, de simples olhares?). A vida dos seres humanos é orientada quase sempre para receber do pai um abraço que não se conseguiu quando era criança, de modo incondicional, simplesmente pelo facto de ser o filho. Carreiras que poderiam ter sido brilhantes vão-se desmoronando por falta de estímulos. Muitas vezes, os seres humanos funcionam como “burros” que caminham atrás da cenoura suspensa numa vara, à sua frente. Caminham sem parar e, frequentemente, nem chegam a comer a cenoura (andando atrás de um vislumbre de reconhecimento). São pessoas que colocam um objectivo lá à frente, sem valorizar o prazer de viver o presente. Esse objectivo longínquo pode ser uma situação na qual vão receber uma tonelada de carícias, por terem atingido o alvo. Outras vezes, não recebem as carícias por não conseguir alcançar o objectivo. É importante, na nossa vida, que cuidemos de procurar as carícias que necessitamos, ao mesmo tempo que, a cada momento, desfrutamos o facto de estarmos vivos.

Bem hajam.

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