segunda-feira, outubro 24, 2011

Como desenvolver a Auto-estima


A auto-estima é o valor físico e emocional que dá a si mesmo. Ter auto-estima significa sentir-se alguém de valor e capaz de enfrentar desafios, perseguir objectivos e desenvolver soluções. Quanto maior a auto-estima, mais facilidade terá em lidar com perdas, sofrimentos e desafios. As pessoas dotadas de um nível saudável de auto-estima também se sentem inseguras ou sem esperança em determinados momentos, mas vencem facilmente essas fases, a diferença é que recuperam o foco positivo da vida com maior rapidez. As pessoas com um pequeno nível de auto-estima receberam muitos estímulos negativos na fase de crescimento. Lamentavelmente os pais e professores bombardeiam a auto-estima dos jovens de forma directa ou indirecta: “nunca vais ser nada na vida”, “não prestas mesmo para nada”, “o filho do vizinho é melhor”, “o teu irmão faz melhor”. Desta forma uma pessoa adulta não terá um bom nível de auto-estima. Faça o que fizer, nunca se sentirá boa o suficiente.
Quando somos depreciados, três necessidades básicas não são sustentadas: ser notado (= ser reconhecido), ser aceite e ser amado. A satisfação destas necessidades básicas na infância causa um grande impacto na maneira de ser do adulto e se não forem supridas, passará a vida a tentar satisfazê-las, fazendo com que os outros lhe dêem atenção e o ajudem. Quando não obtêm o que deseja, a sua auto-estima será comprometida. É claro que às vezes não é a forma de dizer dos pais que prejudica a auto-estima, mas a maneira como interpretamos os factos da vida, ou seja, mesmo que sempre tenha ouvido: “filho, és óptimo”, “tu consegues”, “o és capaz”, quando for para a escola e se der mal nos estudos, irá sentir-se um fracassado, sem competência, talvez até um “burro”. A pessoa com baixa auto-estima não consegue ver as suas qualidades e as suas potencialidades, sendo por isso pouco criativa, insegura, dependente dos outros, com pouca iniciativa, e em piores casos poderão surgir medos injustificados, timidez excessiva e complexos de inferioridade. Noutros casos, poderá tornar-se uma pessoa perfeccionista, obsessiva, tensa, porque não aceita fazer as coisas se não for com perfeição, necessitando de compensar o que ouviu ou percebeu na infância: “você nunca faz nada bem!”
Não existe nenhuma fórmula milagrosa para desenvolver a auto-estima, mas ficam aqui uma série de recomendações que se aplicadas em conjunto, poderão ajudá-lo a vencer o derrotismo.

Sugestões, para desenvolver a auto-estima:

· Não se auto-castigar quando ouvir coisas negativas ao seu respeito.

· Saber administrar os altos (elogios) e baixos (críticas) sem entrar em depressão.

· Saber gostar de si e apreciar a vida, mesmo que receba críticas fortes.

· Evitar crenças do tipo: “por mais que me esforce nunca serei tão bom”, “toda felicidade dura pouco”, “ não vale a pena esforçar-me, haverá sempre alguém melhor que eu”. 

· Estabelecer metas de vida no campo da auto-estima para melhorar a qualidade do relacionamento consigo mesmo e com os outros. Procure ajuda em livros, cursos, palestras e terapias.

· Procure conhecer-se melhor: analise porque é que a sua auto-estima anda tão baixa; procure identificar objectivamente onde estão as causas específicas dos seus problemas, depois tente trabalhar sobre as mesmas. Descobrir as causas é meio caminho para as soluções. O auto-conhecimento e a ajuda da psicologia poderão ajudá-lo a identificar duas pessoas em si: a que você imagina ser e a que você é de facto mas está fraco para assumir.

· Procure substituir sentimentos de inferioridade por ideias positivas, isto porque, imagens negativas e ideias de auto-depreciação ficaram registradas no seu inconsciente. Assim, necessita de estimular ideias construtivas ao seu próprio respeito. Quando surgirem os pensamentos negativos, procure lembrar-se de factos positivos da sua vida, isto aumentará a sua auto-estima. 

· Vença o círculo vicioso do fracasso: 
1º.) A sua auto-imagem e estima estão afectadas (“Sou um fracasso”); 
2º.) Acontecimentos indesejáveis ocorrem na vida: (não ser reconhecido, perder o emprego, etc: ); 
3º.) Tais acontecimentos reforçam a ideia de que é “um fracassado”; 
4º.) Surge o medo de fracassar; 
5º.) Fracassa de tanto pensar nisto; 
6º.) A sua auto-imagem e auto-estima ficaram mais prejudicadas, reiniciando o ciclo.

· Procure lidar adequadamente com a auto-aceitação (reconhecer defeitos), auto-valorização (acreditar que é importante), auto-percepção (identificar as emoções prejudiciais), auto-estímulo (reforçar-se com carinho, recompensas), auto-direcionamento (traçar rumos) e auto-determinação (querer chegar lá).

Bem hajam e bom trabalho.

Miguel Ferreira

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