quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Dados científicos sobre os sistemas de representação interna

Por Daniel Cúperman

Realizaram-se muitas pesquisas científicas sobre o movimento dos olhos. Apresentamos aqui uma investigação realizada com estudantes universitários mexicanos, franceses e alemães.

Richard Bandler e John Grinder fizeram nos seus primeiros anos de desenvolvimento da PNL (”sapos em príncipes”, 1979) uma distinção funcional entre dois fenômenos diferentes: os padrões do movimento dos olhos quando uma pessoa está a receber uma informação e o sistema de representação como expressão verbal quando está a processar essa mesma informação. É possível observar estes fenômenos, que, em princípio, são independentes, através dos movimentos oculares e dos predicados verbais.

Desde então realizaram-se muitíssimos estudos sobre estes dois fenômenos (Baddeley, 1991; Parr, 1986; Sandhu, 1991; Dooley, 1988; Dorn, 1983; Cassiere, 1987; Mafcier, 1984; Wilbur, 1987), mesmo que ninguém foi capaz de demonstrar uma correlação entre ambos. O estudo que comentamos (Meyer-Troeltsch, NLP World 3-1, 43) realizou-se entre estudantes universitários, entre 18 e 27 anos, mexicanos, franceses e alemães. Entre eles, estudantes de música, de design e de dança. O estudo baseou-se na pressuposição que contextos similares são representados por diferentes sujeitos em sistemas de representação diferentes. Mas o mesmo sujeito pode usar diferentes sistemas representacionais em diferentes contextos.

As perguntas do questionário redigiram-se baseando-se em diferentes contextos, como “emoções positivas e negativas” ou “emoções individuais ou sociais”. Um exemplo das perguntas utilizadas:

* (exemplo de emoções individuais e positivas)

Quando estou completamente feliz, o mundo:
a)…. Está em perfeita harmonia com o movimento da vida (K)
b) …. Soa como uma orquestra acompanhando a voz da minha vida (A)
c) …. Ilumina minha vida com as cores brilhantes do Arco Iris (V)

* (exemplo de emoções sociais negativas)

A perda de uma pessoa que gosto produz em mim:
a)…. Uma pintura cinzenta de solidão; ninguém pode ver isso aí (V)
b)…. Um estado de sentimento forte, frio ou rígido; a vida é tão delicada (K)
c)…. Um silêncio definitivo no nosso diálogo; um vazio no tom de voz (A)

Das 36 questões originais escolheram-se finalmente as 16 que tinham a máxima correlação estatística. E os resultados em percentagens foram estes:

VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO
Mexicanos 20, 17, 63
Franceses/Alemães 38′5, 12′5, 49

VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO
Desenhadores 31, 21, 47
Músicos 13, 38, 48
Bailarinas 19, 17, 64

Neste quadro podemos observar que existe uma maior predisposição para diferentes tipos de representação de acordo com as preferências de actividade dos sujeitos.

Quanto às respostas dependendo do contexto, os homens tiveram uma maior representação visual que as mulheres em contextos negativos (0′98 frente a 0′63), enquanto que era mais auditiva que as mulheres em contextos positivos (0′81 frente a 0′52).

Como conclusão podemos deduzir que as pessoas não são visuais, auditivas ou cinestésicas, mas têm uma certa preferência para algum desses sistemas e esta preferência varia de acordo com os contextos nos quais se encontram.

Tradução – www.suamente.com.br – Aprenda mais sobre sua mente!

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