domingo, fevereiro 27, 2011

Rapport consigo mesmo

De certa forma, todos procuramos formas de facilitar os processos de transformação interna e consequente qualidade de vida. Quando encontramos uma forma, no início parece fácil tomar decisões de vida e executá-las. Contudo, por vezes, sem nos apercebermos lá nos "auto-sabotando". Isto porque não nos escutamos suficientemente a nós mesmos. E porque é que isto acontece? Porque não desenvolvemos a capacidade de nos sintonizamos com os nossos lados internos, escutando o que diz o nosso “coração”. Ou seja, não conseguimos suficiente Rapport.

Rapport é uma palavra francesa que significa harmonia, confiança, segurança e compreensão (com os outros ou consigo si mesmo). Ter rapport com os outros significa ter relacionamentos de qualidade. Ter rapport consigo mesmo significa ter um diálogo interno produtivo, não ignorar as reclamações da própria alma.

Da mesma forma que uma cadeira, para que possamos ter "estabilidade" num processo de mudança interna, o ideal é que haja quatro suportes, quatro pernas que apoiem a mudança. E todos eles são uma forma de Rapport. São eles:
. rapport com o aspecto físico;
. rapport com as diversas partes da mente;
. rapport entre o corpo e a mente;
. rapport com a parte espiritual do nosso ser.

O Rapport consigo mesmo tem três aspectos:

Acuidade perceptiva (sensorial);
Auto-observação é a chave para a auto-aprendizagem e para a auto-consciência. E as representações internas, na nossa mente, são a chave para o controle dos estados mentais, físicos e emocionais. A auto-observação não significa distanciamento de nós mesmos, das nossas próprias emoções. Significa observar o seu começo, a sua origem, expansão e a sua diminuição, entendendo que são partes de nós, mas não são o todo de nós.
Flexibilidade nos pensamentos, sentimentos e acções (adaptabilidade); Flexibilidade é entender que o objectivo final não é o meio. Podemos encontrar várias formas alternativas de agir. Quem tem apenas uma forma de comportamento perante uma determinada situação da vida está a agir como um robô de si mesmo.

Objectivos bem elaborados;
Apenas "ter esperança" no futuro (ficar a espera) não é suficiente. Imaginar um futuro melhor ("i" de interno + "maginar, magicar" = magia interna) é o primeiro passo. Contudo, deve ser seguido de acção positiva no mundo material, para consolidar os efeitos da magia interna (imaginação).
Você cria o seu futuro com o que faz agora. Pense sobre o que deseja ser – os seus objectivos - e siga o seguinte modelo para a sua concretização:
1. Expresse o seu objectivo numa linguagem positiva.
2. Torne o seu objectivo o mais específico possível.
3. Situe-os na sua área de influência.
4. Defina quais os recursos que já tem e aqueles que pode adquirir.
5. Identifique as evidências de realização (Critérios) dos seus objectivos (isto é, como é que irá saber que os alcançou).
Seja um objectivo físico, profissional, social, emocional ou espiritual, experimente um formato de linguagem que afirme o que é quer alcançar, não algo que não quer alcançar. O Universo não trabalha com base em ausências ("a Natureza não suporta o vácuo") e busca preencher com algo efectivo.

O Quê, Porquê, Quem, Como, Para quê, Qual, Quando, Onde;
Devemos usar com muito cuidado estas palavras pois guardam muito poder na linguagem. Se focarmos o nosso "O Quê" nos problemas e não nas soluções, teremos dificuldades. E também não é útil procurar o "porquê" duma situação indesejável, assim como não resolve muito perguntar o "de quem" é a culpa, seja nossa ou dos outros. Desta forma, apenas dirigimos a nossa criatividade para a manutenção da situação inadequada, contribuindo também para gerar remorsos, ressentimentos e mágoas. Também ficar a descrever para os outros o "como" é que o problema nos afecta só contribui para consolidar o incómodo que ele nos causa.
Ao invés, prefira o "Para quê" e "Qual". Isto é, em que direcção desejo ir, qual é o meu objectivo e estou a dirigir-me para "o quê". Estabeleça sub-objectivos (metas) e defina prazos. Teste a congruência de seus objectivos (e de cada uma das metas) com os seus valores e crenças pessoais. Pense nas consequências mais amplas da destas realizações na sua vida. Como é que as outras pessoas e tarefas da sua vida serão afectadas? e, por final, exercite "Viagens ao Futuro" subjectivas e Integre a sua Identidade nos seus objectivos.

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