domingo, março 28, 2010

10. O sistema (a pessoa) com o comportamento mais flexível dominará o sistema

A natureza do Universo reside essencialmente na mudança: tudo é um sistema aberto e tende a mudar. Os sistemas fechados, por melhores que nos possam parecer, estagnam e decaem.

As pessoas com maior variedade de opções eficazes dominaram o sistemas, ou seja, segundo a lei das Variedades Requisitivas, da Cibernética, este pressuposto demonstra que num sistema de elementos inter-relacionados, aquele que tiver maior quantidade de funções, isto é, mais flexibilidade, é o elemento que controla ou domina, e isto também é valido para relações humanas.

Durante a formação profissional vamos adquirindo modelos padrões de como nos devemos comportar e agir e muitas vezes aprisionamo-nos a estes modelos tornando-nos muitas vezes inflexíveis, não sabemos como agir em determinadas situações em que não podemos aplicá-los.

Aprendemos uma série de "devo ser", e depois somos guiados por essas aprendizagem rigidificadas, independente do quanto estamos a ser eficazes e muitas vezes não nos disponibilizamos a experimentar de diversas maneiras até conseguir o resultado desejado, ou seja, “se uma coisa não está a funcionar, faça de outra maneira”.

Muitos aprendem "maneiras apropriadas" para responder a pacientes ou clientes e quando na realidade se confrontam com alguém que não obedece ao padrão aprendido de comunicação, sentem-se paralisados, incapazes de gerar respostas alternativas eficazes. Em psicoterapia, uma das razões pelas quais os psicóticos são tradicionalmente vistos como pacientes difíceis de tratar pode ser atribuída à maneira como comunicam os profissionais, muitas vezes fixa num modelo rígido de compreensão e de comportamento do mundo do doente. Verificamos que os pacientes, nesse caso, têm muito mais flexibilidade e liberdade de agir e de se expressar do que o terapeuta.

Observa-se também a falta de flexibilidade dos pais como uma das principais causas do poder que certas crianças ou jovens possuem dentro de casa. Os pais possuem muitos "deveres" na sua cabeça a respeito do que é ser pai ou mãe, e geralmente comportam-se de acordo com estes "devo ser", independentemente do quanto isto está a ser ineficaz. As crianças e os jovens, no entanto, estão dispostos a experimentar de todas as formas para ver e sentir se isto funciona, e se funciona, continuam a usar; se não, experimentam outra coisa até conseguirem o que querem.

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